A APREN assinalou o Dia do Sol com uma mesa redonda dedicada à produção de energia solar em Portugal.
O evento realizou-se no Instituto Superior Técnico em Lisboa, e contou com a participação de produtores em mercado, instaladores, investigadores e associações que analisaram os desafios que se colocam à energia solar em mercado, as tendências tecnológicas do sector e a evolução dos custos de produção.
O painel de oradores destacou a importância da energia solar em Portugal, que apesar de registar ainda níveis de penetração muito pequenos, irá decuplicar a sua capacidade de instalação nos próximos seis ou sete anos.
Os intervenientes analisaram aindade que forma é que estas alterações vão impactar as redes, o tecido industrial ou mesmo as entidades institucionais.
Para a associação que representa o sector das renováveis, estes desafios irão exigir uma estabilidade do quadro regulatório e um trabalho coordenado de todos os intervenientes no processo.
No encontro foi ainda evidenciada a importância das renováveis na descarbonização da economia Portuguesa.
Para José Medeiros Pinto, Secretário Geral da APREN, «as renováveis na produção de electricidade são o vector de descarbonização mais eficaz da economia portuguesa no médio e longo-prazo. Mas, para que este cenário se verifique, é fundamental que as renováveis assumam um papel dominante na geração de electricidade (80% até 2030 e 90% até 2050), sobretudo através da produção hídrica, eólica onshore e solar PV. Esta última, devido à sua fácil instalação, tanto no tecido urbano como em empresas e residências, tem sido cada vez mais responsável pela transição energética, e tem contribuído para a dinamização do autoconsumo e para a colocação do consumidor no centro da revolução energética».
No encontro foram ainda analisadas as projeções para 2050 no que respeita à descarbonização custo-eficaz, um estudo desenvolvido pela APREN e pelo Centro de Investigação Ambiental e de Sustentabilidade da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, e que concluiu que a escolha de trajetórias para o sector eléctrico de elevada mitigação de CO2, conduz a menores custos unitários no sistema eléctrico nacional.
Este relatório permitiu demonstrar que o custo unitário de produção de electricidade nos cenários de mitigação será, até 2050, cerca de 22% a 27% inferior ao cenário conservador em que as renováveis cresçam a um ritmo mais lento, e sem considerarem a descarbonização.
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