Foram abordados diversos temas relevantes para o sector, como o combate às alterações climáticas nos próximos anos, o papel das renováveis na neutralidade carbónica e o novo paradigma do transporte rodoviário sem emissões.
Para António Sá da Costa, Presidente da APREN, «mais do que assinalar o dia mundial da energia, pretendemos com este encontro lançar a discussão sobre variados aspectos relacionados com o combate às alterações climáticas, nomeadamente no que respeita ao uso futuro da energia e as suas implicações na política energética nacional. Para a APREN é urgente debater as melhores estratégias para alcançarmos um futuro mais verde e sustentável, sem descurar o custo para o consumidor e traçar as grandes linhas de actuação para atingirmos os objectivos pretendidos».
«Em virtude das profundas mudanças tecnológicas, o sector energético encontra-se numa transição de paradigma. Hoje mais do que nunca é fundamental sensibilizar os decisores políticos, a indústria e os cidadãos, e estabelecer quadros regulatórios adequados a esta mudança. É ainda fundamental definir estratégias e planos que promovam a estabilidade e incentivem o desenvolvimento concertado de tecnologias custo-eficientes. O papel que desempenharmos hoje vai ser fundamental para atingirmos os níveis de descarbonização necessários, mas isso só vai ser possível quando a contribuição da electricidade renovável for de 85% em 2030 e de 94% em 2050», conclui o responsável.
No seminário, Filipe Duarte Santos, Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, apresentou os desafios das alterações climáticas nos séculos XXI e seguintes, e alertou para o aumento do CO2 e do efeito de estufa gerado por influência da utilização dos combustíveis fósseis. Aproveitou ainda a oportunidade para reforçar a forte dependência dos combustíveis fósseis e alertou para a necessidade de inversão desta tendência.
No encontro, Júlia Seixas, Professora na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, realçou o papel das renováveis na redução da dependência energética e analisou as múltiplas oportunidades para a neutralidade carbónica, destacando ainda o importante papel das florestas na conquista desta neutralidade.
Júlia Seixas evidenciou também algumas das conclusões de um estudo, realizado pela APREN e pelo Centro de Investigação Ambiental e de Sustentabilidade da FCT - UN, que conclui que as renováveis são o vector de descarbonização mais eficaz na economia nacional. No entanto, realçou que, para que este cenário se verifique, é fundamental que as renováveis assumam um papel dominante na produção de electricidade (80% até 2030 e 90% até 2050).
Francisco Ferreira, Engenheiro e Professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e Presidente da ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável, encerrou o painel de oradores do encontro e apresentou um novo paradigma a caminho de “zero emissões” no transporte rodoviário, um sector responsável por 96% das emissões no nosso país e o mais viável em termos de descarbonização.
Francisco Ferreira defende a necessidade de se efectuar uma transformação urbana que alavanque aspirações para estilos de vida mais saudáveis e para a existência de cidades prósperas e eficientes, de forma a impulsionar a descarbonização dos transportes públicos.
O Presidente da ZERO reforçou no encontro que, mais do que em transportes, devemos falar de mobilidade, e para isso defende a necessidade de serem analisadas as alterações tecnológicas e as constantes alterações no modo de vida das pessoas.
Defendeu ainda a implementação de uma estratégia que evite viagens desnecessárias e que potencie a intermodalidade e o transporte partilhado.
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