Texto: José Alex Gandum
«Menos gelo a partir do interior do Árctico provocou uma perda de água doce de 40 por cento no Mar do Norte, causando uma estratificação mais fraca e uma maior mistura vertical com a camada profunda do Atlântico» explicou o principal autor da nova pesquisa, Sigrid Lind, do Instituto de Pesquisa Marinha e do Centro Bjerknes para Pesquisa Climática.
Seria necessário voltar atrás vários milhares de anos, até à última glaciação, para encontrar alterações climáticas semelhantes: «estamos a testemunhar um evento rápido de mudança climática de um tipo que só tinha sido observado anteriormente na história climática passada da Terra", acrescentou Lind.
A alteração climática terá conseqüências generalizadas para o ecossistema. A situação pode tornar-se crítica para o ecossistema árctico no norte, incluindo mamíferos marinhos associados ao gelo, tais como ursos polares. Bacalhau e outras espécies comerciais de peixes no sul do Mar de Barents já estão a expandir-se para as regiões do norte.
O norte do mar de Barents é a região de fronteira do domínio do Ártico e desempenha um papel especial no sistema climático. Aqui, o árctico frio e estratificado, coberto de gelo marinho, enfrenta o domínio atlântico morno e moderado. A região fronteiriça é a região mais sensível do Árctico e a primeira a perder na batalha contra a água do Atlântico, argumenta o estudo.
O estudo é baseado num extenso conjunto de observações da temperatura do oceano e da salinidade registados anualmente durante cinco décadas, de 1970 a 2016, pelo Instituto Norueguês de Pesquisa Marinha e pelo Instituto Marítimo russo PINRO. Ele também recorre a dados de satélite de gelo do National Snow and Ice Data Center.
oinstalador.com
O Instalador - Informação profissional do setor das instalações em Portugal