Texto: Revista O Instalador
Foto: Jos é Alex Gandum
Em comunicado conjunto, as principais Organizações Não-Governamentais europeias (ONGs) denunciam que a selecção de projectos aprovados pela Comissão Europeia (CE) dá prioridade à promoção e uso de combustíveis fósseis, especialmente gás. Com esta lista de 'Projectos de Interesse Comum' (PCI) elegíveis para receber ajudas públicas, a União Europeia (UE) demonstrou uma vez mais a sua apetência para conservar os combustíveis fósseis, acusam as entidades ambientalistas.
A lista surgiu duas semanas depois de a ONG 'Friends of the Earth Europe' apresentar uma publicação que mostra que os países europeus só podem continuar a queimar gás, petróleo e carvão ao ritmo actual por mais nove anos.
A partir daí, a sua parte proporcional do orçamento de carbono restante da Terra para manter um aumento máximo de temperatura na ordem dos dois graus estará completamente esgotado.
Para não ultrapassar a subida de 1,5 graus centígrados, conforme recomendado pelo Acordo de Paris, o gás natural e outros combustíveis fósseis deverão ser abandonados o mais rapidamente possível.
Em Outubro passado, 109 movimentos e grupos ambientais solicitaram à CE para esta por um ponto final na promoção e apoio financeiro para construção de novas infra-estruturas de combustíveis fósseis, incluindo o gás. É que, de acordo com os especialistas, o gás ainda é um combustível fóssil, apesar de ser mais limpo que o petróleo ou o carvão quando queimado durante o processo der combustão, a verdade é que o gás produz enormes quantidades de metano e dióxido de carbono durante o processo de extracção e transporte.
Mudar de carvão para gás pode ser que permita ganhar algum tempo antes da Europa completar a sua quota proporcional de orçamento de carbono, mas a Europa não ganhará mais que dois ou três anos, pois, e ainda segundo as ONGs, «o gás ainda é uma tecnologia que é mais parte do problema do que da solução».
Na sequência da publicação da lista, a CE abriu um período de dois meses para as objecções do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu. No caso de não receber nenhuma objecção, a lista vai continuar, sendo assim aprovado aquilo a que as ONGs chamam de "suicídio climático" na parte da Europa, ainda por cima financiado com dinheiros públicos.
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