Texto: José Alex Gandum
Foto: USGS
Segundo um estudo publicado a semana passada na revista 'Science', o degelo marinho no Árctico está a dificultar a vida aos ursos polares, os quais são obrigados a percorrer distâncias cada vez maiores para encontrar comida, os que os leva a despender mais energia, com reflexos no peso, o qual na maioria dos casos não recuperam.
Investigadores acompanharam os ursos polares na Primavera, a sua melhor temporada de caça, quando as condições de gelo deveriam ser as ideais, mas chegaram à conclusão que os ursos polares gastam mais energia do que aquela que consomem.
Metade dos ursos estudados pela equipa de Anthony Pagano, biólogo da vida selvagem no US Geological Survey (USGS) perderam massa corporal durante os meses de estudo, alguns deles perderam mesmo cerca de 10% de massa corporal das suas reservas de gordura, chegando mesmo a atingir o músculo.
«E isto registou-se no início do período de Abril a Julho, quando os ursos polares apanham a maioria das suas presas e adquirem a maior parte da gordura corporal de que necessitam para sobreviver ao longo do ano», sublinhou Pagano, em comunicado.
De acordo com os especialistas, o gelo marinho cada vez mais fragmentado gera um desequilíbrio ainda maior na relação entre o consumo de energia e o consumo de alimento desses animais. As alterações climáticas estão a produzir efeitos dramáticos no gelo marinho do Árctico, forçando os ursos polares a deslocarem-se a maiores distâncias, a que acresce que esse degelo dificulta a captura de presas.
No Mar de Beaufort, o gelo marinho começa a afastar-se da plataforma continental em Julho, e a maioria dos ursos move-se para o norte sobre o gelo. Noutros locais, como na Baía de Hudson, no Canadá, o aquecimento global provoca uma separação do gelo no início do Verão, o qual só volta a reagrupar-se no Outono, obrigando os ursos a ficar mais tempo em terra, onde têm menos probabilidade de arranjar alimento.
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