Chaves: município quer criar uma ‘mini-rede’ de calor geotérmico
O município de Chaves quer criar uma ‘mini-rede’ de calor geotérmico utilizando a água termal para aquecer edifícios públicos e privados promovendo a descarbonização através da poupança de energia elétrica, adiantou à Lusa o presidente do município.
“A ambição é criar a primeira ‘mini-rede’ de calor com a capacidade de utilizar um recurso natural renovável que contribuirá para a diminuição da carga de dióxido de carbono, contribuindo assim para o equilíbrio ambiental através de um processo de eficiência energética”, explicou Nuno Vaz.
Segundo o presidente da Câmara de Chaves, no distrito de Vila Real, a rede irá servir 25 edifícios públicos e privados, que serão fornecidos com calor através da geotermia, graças ao aproveitamento da água termal que nasce no concelho entre os 66 e os 77 graus.
O projeto, que tem um valor de 850 mil euros, comparticipado em cerca de 80% por um fundo de apoio à inovação, tem um prazo de execução de um ano e está previsto arrancar em 2020, acrescentou.
Segundo dados do projeto, com os 25 edifícios aquecidos desta forma pode ser evitada a emissão de até 1.300 toneladas de CO2 (dióxido de carbono) ao ano.
Nuno Vaz conta que o processo de geotermia em Portugal continental se iniciou verdadeiramente em Chaves, mas “de forma ineficiente”, sendo atualmente quatro os edifícios na cidade que são aquecidos desta forma.
O edil lembra que atualmente, na água termal usada em tratamentos, tem de ser retirado o calor, consumindo energia para isso.
Assim, o objetivo é obter uma “dupla eficiência”, evitando o “dispêndio de energia para tirar calor à agua mas também aproveitar esse calor para aquecer atmosfericamente os edifícios”.
A ‘mini-rede’ irá ser criada no centro da cidade, e estará à disposição de edifícios públicos, como a câmara municipal, tribunal, escolas ou a biblioteca, mas também terá uma componente privada, nomeadamente em acordos com vários hotéis.