Analistas citados pela associação que defende a energia eólica na União Europeia estimam que a capacidade instalada de centrais eólicas flutuantes nos mares do continente em 2030 possa variar entre 6 e 19 GW, dependendo da rapidez com que este (ainda) nicho de mercado se afirme como competitivo em termos de custos de instalação, por comparação direta com o eólico offshore fixo no fundo do mar.
Um dos projetos mais interessantes em Portugal é o Windfloat Atlantic, e que a EDP não esconde a vontade em exportar a tecnologia flutuante para outros países, sobretudo asiáticos, como a Coreia do Sul ou o Japão. Em outubro, surgiu a notícia: a EDP Renováveis, a WindPower Korea e a Aker Solutions formaram um consórcio para desenvolver parque eólico flutuante com 500 MW, ao largo da cidade de Ulsan, na Coreia do Sul.
A primeira plataforma do parque eólico, conectada a 31 de dezembro, poderá fornecer à rede elétrica portuguesa a energia produzida pela sua turbina eólica de 8,4 MW, a maior no mundo instalada numa plataforma flutuante.
A entrada em operação deste parque eólico flutuante incentiva a diversificação da origem da energia, permite o acesso a áreas marinhas sem precedentes e representa um avanço tecnológico relevante para a descarbonização da economia.
Assim, depois da alimentação energética do cabo que percorre os 20 quilómetros que separam o parque eólico da estação instalada em Viana do Castelo, a primeira das três plataformas do projeto do consórcio Windplus foi conectada com sucesso a 31 de dezembro de 2019. As outras duas unidades do projeto irão possibilitar atingir 25MW de capacidade do parque.
A estrutura da plataforma - com uma altura de 30 metros e uma distância de 50 metros entre as colunas - permite abrigar as maiores turbinas eólicas do mundo instaladas numa superfície flutuante, de 8,4 MW cada, o que contribui para aumentar a geração de energia e incentiva uma redução considerável dos custos associados ao ciclo produtivo.
O projeto deu mais um passo adiante quando a segunda das três plataformas chegou ao seu destino final, há alguns dias. Uma vez 100% operacional, o parque eólico, com os seus 25 MW de capacidade instalada, poderá gerar energia suficiente para abastecer o equivalente a 60.000 utilizadores por ano.
A implantação deste parque eólico permite o acesso a áreas marinhas sem precedentes e representa um avanço tecnológico significativo para a descarbonização da economia portuguesa.
As plataformas do Windfloat Atlantic estão ancoradas ao fundo do mar por correntes com mais de 100 metros de profundidade. Além disso, estão projetadas para serem movidas pelos rebocadores atuais, ao contrário das instalações fixas que, com maior profundidade, exigem navios mais caros para o transporte.
A isto soma-se a montagem em terra que economiza custos logísticos, económicos e ambientais relacionados à construção marítima. Todas essas vantagens tecnológicas resultam na viabilidade de ser replicada em qualquer outro lugar do planeta e numa escala maior.
Em Portugal, o primeiro parque eólico foi criado em 1988 em Santa Maria (Açores), mas actualmente a distribuição destas centrais abrange quase todo o território nacional com aproximadamente 1.131 MW de potência instalada até Fevereiro 2006, 106 parques eólicos e 703 turbinas eólicas.
No entanto só nos últimos 5 anos, inicialmente com o Programa Energia e mais recentemente com o Programa E4, é que se criaram algumas condições para o desenvolvimento real deste tipo de energia.
Cerca de metade dos parque eólicos (48%) em Portugal são parques pequenos, com potências entre 1 a 10 MW. 31% dos parque têm uma dimensão média, com potências entre 10 a 25 MW%. Apenas existe um parque eólico com potência superior a 50 MW.
O recurso energético eólico “onshore” disponível em Portugal estima-se nos 4.800 MW, tendo em conta um cenário de restrição ambiental moderada.
Apesar deste potencial, existiram uma série de barreiras que contribuiu para o fraco desenvolvimento da energia eólica em Portugal:
Com a implementação de medidas como a MAPE do Programa E4, e recentemente, em Maio 2005, com o anúncio do concurso que irá atribuir cerca de 1.700 MW, pretende-se chegar aos 4.500 MW até final da década, contribuindo de uma forma essencial para a meta dos 39% de produção de energia eléctrica com fonte nas ER.
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