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"Este ano iremos atingir o objetivo da cobertura de todos os municípios"

Entrevista com Luís Barroso, Presidente da MOBI.E

Entrevista: Ana Clara | Jornalista e Diretora17/11/2020

Na sequência da apresentação do novo posicionamento da MOBI.E, Luís Barroso, Presidente da MOBI.E, diz em entrevista à revista O Instalador, que a pandemia "apenas teve impacto ao nível dos consumos, mesmo assim já estamos em cerca de 90% dos consumos registados antes da pandemia". "Tudo o resto tem crescido, devendo até ao final do ano duplicar os indicadores, como o peso de viaturas elétricas nas vendas totais de viaturas que passou de cerca de 8% nos primeiros nove meses de 2019 para pouco mais de 13% no período homólogo de 2020", esclarece.

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Este novo posicionamento da MOBI.E centra-se na batalha da descarbonização do setor da mobilidade e transportes, para a qual a MOBI.E quer contribuir. Em que ponto estamos nesta matéria e por que razão este foi o momento-chave de viragem?

A MOBI.E teve um papel importante durante os últimos cinco anos que desempenhou o papel de Entidade Gestora, Operador, Comercializador, Promotor e Conselheiro. No fundo, fez um pouco de tudo para que hoje a mobilidade elétrica seja uma realidade em Portugal e 2020 tornou-se um ano histórico para a MOBI.E, com a mobilidade elétrica a avançar e o início da fase plena de mercado, desde o dia 1 de julho.

Nasce agora, em plena fase de mercado regulado, o novo posicionamento da MOBI.E, pensado para ajudar o desígnio de querermos um mundo melhor, um futuro mais sustentável, dando um contributo sólido para ajudar a alcançar os objetivos definidos para a descarbonização: O Roteiro para a Neutralidade Carbónica define que o setor da mobilidade e transportes seja neutro em termos de emissões em 2050 e o Plano Nacional Energia e Clima 2030, aprovado pelo Governo em maio passado, projeta como meta para o setor da mobilidade e transportes uma redução de gases de efeito de estufa de 40% até 2030. E neste enquadramento, o novo posicionamento da MOBI.E assenta em: reforço do papel enquanto instrumento público do Estado para o desenvolvimento de uma mobilidade sustentável; e atuação no mercado regulado enquanto Entidade Gestora da rede de Mobilidade Elétrica.

Um dos objetivos também anunciados é a cobertura total de todos os municípios portugueses até ao final do ano no que respeita aos postos de carregamento. O que tem dificultado, fora dos grandes centros urbanos, o crescimento da mobilidade elétrica?

A atual MOBI.E nasceu em 2015 com um objetivo específico de repor em funcionamento a rede piloto de postos de carregamento e de atuar como Entidade Gestora da Mobilidade Elétrica. A mudança de Governo ocorrida no final de 2015 veio dar um novo impulso à mobilidade elétrica passando a constituir-se como um desígnio nacional. A decisão de expandir a rede-piloto a todos os municípios foi um passo e através do POSEUR e do Fundo Ambiental foi possível garantir o financiamento necessário para alargar a rede piloto a mais de 600 postos de carregamento em todo o País. Pelo que este ano iremos atingir também esse objetivo da cobertura de todos os municípios, depois da entrada na fase plena de mercado ocorrida em 1 de julho passado.

Contudo, estamos apenas no início do processo, o investimento público na rede piloto permitiu levar a mobilidade elétrica a todo país, constituindo assim, o nível mínimo que o Estado considerou necessário para a mobilidade elétrica ser considerada uma alternativa credível para o futuro. A partir de agora, o seu desenvolvimento, nos diferentes meios, urbanos ou não, irá depender, sobretudo, da própria dinâmica dos próprios meios, nas suas vertentes económica e social, na certeza de que a opção pela mobilidade elétrica irá sempre contribuir para a sustentabilidade ambiental dessas zonas. O desenvolvimento da mobilidade elétrica, nos diversos locais, será tanto mais atrativo quanto mais económica e socialmente sustentado for o crescimento das populações que aí residem.

Luís Barroso, presidente da MOBI.E.
Luís Barroso, presidente da MOBI.E.

Enquanto entidade pública, quais são os maiores constrangimentos que a MOBI.E tem enfrentado quanto à mobilidade elétrica e à sua consciencialização na sociedade portuguesa?

A desconfiança intrínseca à natureza humana quando confrontada com o desconhecido, o que no nosso caso tem sido alimentado por diversas campanhas de desinformação que contribuem para o desconhecimento que ainda existe. O novo posicionamento da MOBI.E foi também definido para combater estes mitos. Para tal, temos vindo a trabalhar num Plano de Comunicação e que contará, ao longo dos próximos meses, com um conjunto de ações que visam comunicar, informar e educar de forma a transmitirmos o nosso conhecimento sobre a realidade da mobilidade elétrica, o que é? Como funciona? E combater a muita desinformação que subsiste. Estamos também a trabalhar nas redes sociais da MOBI.E e no desenvolvimento de um novo site, que irão reforçar os canais de transmissão desta mensagem de confiança no nosso modelo de mobilidade elétrica, de forma a torná-lo uma referência internacional e assim garantirmos as bases que permitam manter para os próximos anos, os níveis de crescimento registados nos últimos três anos, antes da pandemia, de duplicação anual do mercado da mobilidade elétrica.

O desenvolvimento da mobilidade elétrica, nos diversos locais, será tanto mais atrativo quanto mais económica e socialmente sustentado for o crescimento das populações que aí residem

Que efeitos a pandemia pode vir a provocar - ou já está - no crescimento das vendas de veículos elétricos em Portugal?

Curiosamente a pandemia apenas teve impacto ao nível dos consumos, mesmo assim já estamos em cerca de 90% dos consumos registados antes da pandemia. Tudo o resto tem crescido, devendo até ao final do ano duplicar os indicadores, como o peso de viaturas elétricas nas vendas totais de viaturas que passou de cerca de 8% nos primeiros nove meses de 2019 para pouco mais de 13% no período homólogo de 2020. Os 1.400 postos de carregamento que a rede MOBI.E deverá atingir no final do ano que contrastam com os pouco mais de 700 que dispúnhamos no final de 2019. Saliente-se ainda o conjunto de investimentos de iniciativa privada na infraestrutura de carregamento de acesso público que têm vindo a ser anunciados nos últimos meses.

Por fim, e sobre os planos apresentados para 2021, um deles centra-se no combate à desinformação sobre estas matérias relacionadas com a mobilidade elétrica. Isso é um sinal de facto de que a sociedade portuguesa ainda não está mobilizada para esta importante bandeira da sustentabilidade?

O içar da bandeira da sustentabilidade é um processo, em que a mobilidade elétrica será uma entre muitas tecnologias capazes de dar o seu contributo. Este processo de consciencialização social demora tempo, sobretudo num mundo cada vez mais digitalizado, onde através das redes sociais, por exemplo, se consegue fazer campanhas de desinformação e de descredibilização generalizada e a mobilidade elétrica não foge a esta regra. No momento em que o mercado da mobilidade elétrica começa a despertar o interesse do setor privado para investir, as construtoras automóveis estão a disponibilizar mais alternativas de motorização elétrica, o nosso papel enquanto Entidade Gestora da rede MOBI.E e instrumento público para o desenvolvimento da mobilidade sustentável passa por conferir credibilidade quer ao modelo MOBI.E, quer à mobilidade elétrica através de campanhas de comunicação e informação que permitam à sociedade em geral instruir-se sobre esta nossa tecnologia mais sustentável do ponto vista ambiental e mais barata do ponto de vista económico e desta forma 'Damos vida ao futuro'.

Mais informações, aceda aqui: https://www.mobie.pt/.

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