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Os negócios que a produção descentralizada de eletricidade pode catapultar

Texto: APREN30/11/2020
A produção descentralizada de eletricidade é uma peça fundamental na estratégia de descarbonização em que o Governo português está a apostar.
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Por isso mesmo o seu contributo está previsto no Plano Nacional de Energia e Clima 2030. A produção centralizada de eletricidade proveniente de centrais solares fotovoltaicas terá de evoluir de 0,6 GW para 7 GW até 2030. No caso da produção descentralizada, o salto a dar será de 0,4 GW para 2 GW.
São múltiplos os negócios que a descentralização pode catapultar no contexto desta estratégia de descarbonização. A

Algumas destas oportunidades foram abordadas durante o Portugal Renewable Energy Summit 2020, a conferência anual dinamizada pela APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis, que decorreu a 6 e 7 de outubro, na Culturgest, em Lisboa. No segundo dia do evento debateu-se justamente 'A importância da pequena escala e de outros modelos de negócio para a descarbonização'.

Se por um lado a produção descentralizada coloca grandes desafios ao sistema elétrico nacional, pondo em causa o modelo tal como o conhecemos, também abre portas a outras tantas oportunidades de negócio.
É neste quadro que se inserem os projetos de 'Agri-PV' que combinam a produção de eletricidade solar com a produção agrícola. Em muitos países esta tipologia está bem desenvolvida e estão comprovadas as vantagens para os dois lados, o que torna este modelo numa verdadeira solução win-win.
Não existem dúvidas de que esta tipologia de projeto irá registar uma enorme expansão, sobretudo nas zonas rurais agrícolas, que hoje experimentam muitas barreiras e impedimentos ao desenvolvimento de projetos renováveis, mas que sairão muito beneficiados por esta nova abordagem. As cidades também não irão escapar a esta tendência. Para ultrapassar alguns constrangimentos, como a instalação de painéis solares no topo de edifícios dos centros históricos, há empresas que já estão a oferecer soluções inovadoras que passam, por exemplo, pela produção de telhas solares, como aquelas que desenvolve a empresa Akuo. A telha possibilita a produção de eletricidade sem descurar, no entanto, a questão estética e a integração harmoniosa em determinadas zonas.
O solar flutuante é outra área de negócio com potencial no cenário da descentralização de produção de energia elétrica. Esta solução é especialmente indicada para algumas zonas do país. Não deve ser vista como concorrente ao fotovoltaico convencional, mas antes como uma opção complementar. Existem já exemplos práticos em Portugal, como é o caso da central do Alto Rabagão, em operação desde 2017, com 220 kW, e a central do Alqueva, de 4 MW, que se encontra em construção.

O crowdfunding é um conceito que está a ganhar cada vez mais importância enquanto forma alternativa de financiar projetos de produção de energia renovável descentralizada deixando de lado as opções mais tradicionais, como a banca e os fundos de investimento. A Akuo já criou uma plataforma que se rege por esta filosofia: a akuocoop.com.

Uma campanha que foi lançada pela empresa para o financiamento do projeto solar “O’Mega1”, em França, angariou 551 pequenos investidores permitindo garantir um total de 625 mil euros. A iniciativa gerou o interesse dos investidores e ultrapassou em 25 por cento o montante inicial de 500 mil euros que tinha sido previsto.
Estes projetos locais estão a suscitar o interesse de cidadãos, envolvidos na comunidade, e que desta forma acabam por poder beneficiar da rentabilidade deste tipo de projetos.

Em Portugal, estas soluções de financiamento são ainda pouco utilizadas, mas já se começam a identificar iniciativas como a Coopérnico, a primeira cooperativa de produção de energias renováveis em Portugal, que está já a comercializar eletricidade para todo o país, trabalhando igualmente com este modelo alternativo de financiamento liderado por cidadãos. A cooperativa, que congrega já 1843 cidadãos, já angariou um investimento total de mais de um milhão e 730 mil euros.

A Go Parity é outra plataforma de crowdfunding portuguesa que apoia projetos de energia sustentável que cumpram Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Estes modelos estão a empoderar os cidadãos, mais ou menos atentos à transição energética, que sentem que desta forma, envolvendo-se na produção local de energia renovável, podem dar o seu contributo para a transição energética.
Para cumprir a mudança de paradigma, contando com o importante contributo da produção descentralizada, é essencial envolver mais o cidadão e a comunidade.
As barreiras regulatórias e administrativas são ainda um constrangimento e devem ser derrubadas, pois colocam peso acrescido e desproporcional aos pequenos produtores que, por motivos de competitividade, não conseguem competir em mercado. Depois de ultrapassadas as barreiras, é urgente desbloquear novos caminhos e captar mais interesse por parte do cidadão comum, pela aposta em campanhas de sensibilização e educação.
Essa iniciativa não deverá partir só dos organismos da administração central. A promoção destas soluções deverá ser também uma iniciativa de municípios e juntas de freguesia, como forma de apoiar a disseminação de projetos de autoconsumo, autoconsumo coletivo e comunidades de energia.
O armazenamento partilhado de eletricidade e a partilha de veículos elétricos, carregados com eletricidade produzida em comunidades de energia, poderão ser realidades a curto prazo, o que por sua vez possibilitará o desenvolvimento de múltiplos modelos de negócio.
A eficiência energética é um vasto campo a explorar no âmbito da produção descentralizada de eletricidade. Desde logo porque os produtores, ao monitorizarem o sistema, tornam-se à partida mais conscientes para a necessidade de compatibilizar produção e consumo. Neste campo, a Helexia tem-se destacado por uma visão integração e personalizada que agrega soluções de produção de energia com a gestão de energia e redução do desperdício energético, essenciais principalmente para a áreas dos serviços e indústria.

Igualmente, Engie-Hemera tem aliado um conjunto de vetores melhorando o desempenho dos seus clientes através de modalidades de negócios baseadas no investimento por terceira entidade e contratos de manutenção e operação ativos.

O desenvolvimento de novas tecnologias que permitam a gestão do lado da procura tem um enorme potencial (Demand Side Management), possibilitando a maximização das receitas por parte dos consumidores e prosumers, abrindo a porta a novos mercados, como o caso do mercado de serviços de sistema. Os softwares livres, de uso intuitivo, que possam vir a ser adotados por comunidades de energia terão sucesso garantido.

Importa ainda combater a iliteracia. O trabalho nesta área tem potencial atendendo à falta de conhecimento que existe do lado do consumidor. Neste setor há por isso também um amplo espaço a preencher na área da inovação económica e social.

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