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Artigo exclusivo para a Revista O Instalador

Os sistemas SACE na Era da digitalização dos edifícios

António Vieira | Presidente da Comissão de Empresas de Sistemas de Automatização e Controlo do Edifício da APIRAC08/07/2021
Nem parece que já passaram 50 anos sobre o início da utilização dos sistemas de automação em edifícios, tal é a dinâmica e o desenvolvimento que atualmente se colocam sobre os SACE - Sistemas de Automação e Controlo do Edifício, fazendo destes sistemas um dos principais protagonistas da engenharia dos edifícios.
A necessidade de responder às alterações climáticas e daí, a obrigatoriedade de descarbonizar o Setor, são uma alavanca fundamental para o desenvolvimento dos SACE, principalmente pelo facto de estarem associadas a imperativos legais, consubstanciados no objetivo de se projetarem edifícios com necessidades quase nulas de energia (nZEB) e implementarem sistemas de alta eficiência de acordo com a norma EN15232.
Mas a forte dinâmica que se verifica no setor dos SACE também se deve ao facto de as tecnologias dos edifícios estarem a atravessar um período de transformação nunca visto, suportadas na digitalização e orientadas para a eficiência e bem-estar dos ocupantes.
Esta nova realidade conduz a que os Sistemas SACE desempenhem um novo papel no contexto dos edifícios digitais, passando dos tradicionais sistemas de GTC, desenhados para controlar e monitorizar as instalações técnicas, como a Climatização, Ventilação, AQS, Iluminação, Energia, etc., para um verdadeiro conceito de Edifício Inteligente, com uma partilha de dados mais abrangente, suportados no uso das redes IP e na ligação a dispositivos IOT.
Desta forma, os sistemas SACE passam a fazer parte da infraestrutura digital dos edifícios, com a capacidade de recolher dados e desenvolver análises, contribuído para uma gestão global do edifício, onde estão integrados para além dos tradicionais sistemas de GTC, a Gestão da Manutenção, Gestão de Ocupação, Gestão de Estacionamento e Sistemas de Carregamento de Viaturas, etc., e, de uma forma mais abrangente, a gestão geral dos recursos e do bem-estar dos ocupantes.
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A utilização deste conceito de Edifício Inteligente permite também sustentar os processos de certificação atualmente mais requisitados como o LEED, WELL ou BREAM, orientados para um conjunto de soluções com resultados tangíveis, que otimizam a experiência dos ocupantes e colaboradores e a gestão empresarial por meio da integração da arquitetura, engenharia e tecnologia.

Em Portugal, a tendência para se obterem edifícios mais eficientes e orientados para as novas tecnologias é visível pela forma como o mercado está a dar crescente importância aos SACE e à sua correta, conceção, instalação e manutenção.

O novo SCE, que resulta da transposição da EPBD de 2018, é disso um exemplo, pela exigência que mantém e reforça, não só nos novos edifícios ou alvo de grandes renovações, mas também nos edifícios existentes.

Nos novos edifícios ou grandes renovações, as exigências consideram todas as etapas do processo, desde a conceção até à exploração. A necessidade de um projeto de GTC, a obrigatoriedade de se aplicar a norma EN15232, designadamente a classe B que implica a existência de sistemas de GTC mais avançados, os requisitos de comissionamento e manutenção, são disso o exemplo claro.

Nos edifícios existentes com mais de 290kW (Potência Térmica combinada com Potência de Ventilação), decorrente da Diretiva EPBD de 2018, passa a ser obrigatória a implementação de sistemas SACE até 31 de dezembro de 2025, nas condições específicas a serem definidas em Portaria.

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Em Portugal, a tendência para se obterem edifícios mais eficientes e orientados para as novas tecnologias é visível pela forma como o mercado está a dar crescente importância aos SACE e à sua correta, conceção, instalação e manutenção

A revisão de 2018 da Diretiva EPBD foi ainda mais longe na promoção das tecnologias que promovem a eficiência energética e o aumento da sensibilização para os benefícios do conceito de Edifícios Inteligentes, em particular através do estabelecimento de um Indicador que mede o estado de preparação de um edifício para utilizar novas tecnologias: o SRI (Smart Readiness Indicator).

Este indicador permitirá avaliar a prontidão dos edifícios quanto à capacidade de utilizar sistemas inteligentes para adaptar sua operação às necessidades dos ocupantes, otimizando também a eficiência energética e o desempenho geral, bem como adaptar a sua operação em função da rede (flexibilidade energética). O SRI deverá aumentar a consciencialização dos proprietários e ocupantes dos edifícios quanto ao valor acrescentado decorrente da automação e monitorização dos sistemas técnicos dos edifícios.

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O SRI é, por enquanto, um novo instrumento de aplicação opcional por cada um dos estados-membros, no entanto a própria Comissão Europeia está a trabalhar num projeto de legislação para a Implementação do SRI, o que poderá acontecer no decorrer da revisão da Diretiva EPBD, atualmente em curso.

Seguramente que uma das formas para operacionalizar todas estas mudanças é o ELPRE - Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios, um programa recentemente aprovado, que em articulação com os planos para a descarbonização, considera a utilização dos SACE em alguns dos seus eixos estratégicos e prevê uma dotação orçamental robusta para levar a cabo toda esta transformação nos próximos anos.

Em suma, as vantagens de um Edifício Inteligente são óbvias e vão muito além da economia de energia e operações otimizadas que se obtêm. Para muitas organizações, o verdadeiro benefício de um edifício altamente conectado, digital e inteligente, é a maior satisfação da experiência dos seus clientes e a maior produtividade, saúde e satisfação dos colaboradores. E isso, só se obtém com os SACE!

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