Falando em plenário, numa sessão dedicada ao aumento dos preços do gás natural e do seu impacto nos custos da eletricidade, a eurodeputada avisou que, além da resposta imediata à presente crise, a União Europeia, no seu conjunto, e os Estados-membros individualmente, devem retirar lições e repensar as suas politicas para o setor
energético.
“Exigem-se medidas de fundo”, defendeu. Aos Estados-membros, mudanças na fiscalidade, nos custos de interesse económico geral. À União, um programa ambicioso de melhoria da eficiência energética, a utilização de novas tecnologias e novos modelos de financiamento do setor".
Por outro lado, a eurodeputada alertou contra a utilização da situação atual como pretexto para contestar a descarbonização da economia europeia. O agravamento das taxas das licenças de CO2 terá contribuído em 20% para a presente subida de preços. No entanto, Maria da Graça Carvalho lembrou que a principal causa é a “galopante subida dos preços do gás natural”, defendendo que um dos benefícios da chamada transição verde será precisamente libertar a União Europeia da sua excessiva dependência de combustíveis fósseis. O Green Deal não é causa deste problema, mas o caminho para a sua solução”, afirmou.
Maria da Graça Carvalho abordou ainda o contexto português, lamentando que o País não tenha conseguido ultrapassar o facto de, historicamente, os preços da energia terem sido um obstáculo ao crescimento económico e à melhoria da qualidade de vida da população.
Portugal tem uma das eletricidades mais caras da Europa face ao poder de compra. O custo da energia, no meu país, é um fator de bloqueio ao desenvolvimento e competitividade das empresas e indústrias. É um fardo para as famílias, com níveis de pobreza energética muito elevados. Temos um longo caminho a percorrer”, concluiu.
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