BI294 - O Instalador

54 RENOVÁVEIS | SOLAR TÉRMICO esperadas reduções de até 40% do volume de vendas anuais em alguns destes. Em determinados casos, como na Alemanha, o mercado registou até um aumento da procura, sendo esperado um crescimento que poderá chegar aos 20%. Isto deve-se a diferentes fato- res, nomeadamente ao novo e atrativo esquema de apoios e da forma como os comportamentos dos clientes e dos instaladores foram afetados devido à pandemia. "Por exemplo, os instaladores preferiam focar-se em sistemas de aquecimento (incluindo de energia solar térmica) do que em trabalhos de renovação de cozinhas. Outro fator está relacionado como facto de os consumidores passa- remmais tempo emcasa e dedicarem mais atenção aos seus sistemas de aquecimento, bem como, em deter- minados casos, devido a disporem de mais recursos adicionais (rendi- mento estável ao mesmo tempo que eram reduzidos os gastos em lazer, tais como férias, idas a restaurantes, etc.)", esclarece a Solar Heat Europe. Os grandes projetos de energia solar térmica, nomeadamente instala- ções distritais de aquecimento solar e aquecimento solar para processos industriais, também foramafetados por atrasos. "Estes atrasos não só afetaram diversos projetos em construção como também perturbaram os processos de decisão para novos investimentos", alerta a associação europeia. Assim, "embora esteja prevista a dimi- nuição do total de novas instalações em 2020, isto ainda não é totalmente claro visto que irá depender do efeito positivo do forte crescimento no mer- cado alemão, o maior a nível europeu e que representa 1/4 do total do mer- cado europeu". MERCADO EM PORTUGAL À semelhança da Europa, o mercado da energia solar térmica em Portugal foi também afetado pela pandemia e pelas consequências das medidas de confinamento em geral e em par- ticular no setor da construção. Após o verão, surgiram sinais positivos de esperança resultantes do novo pro- grama de apoio implementado pelo Governo, em setembro. Neste sentido, o lançamento do 'Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis', que abrangia medidas de eficiência energética e sistemas de energia renovável para edifícios, “foi uma medida importante, apesar do orçamento limitado de 4,5 milhões de euros, especialmente tendo em con- sideração que abrangia uma ampla gama de soluções, desde a instalação de janelas eficientes, substituição de torneiras, instalação de painéis solares fotovoltaicos ou de energia solar tér- mica e instalação de bombas de calor”. “Devemos salientar que as condições necessárias referentes à energia solar térmica não se encontravam total- mente claras desde o início, surgindo dúvidas sobre a aceitação de siste- mas de termossifão ou até mesmo de qualquer adaptação de energia solar térmica em sistemas de aqueci- mento existentes. As condições foram esclarecidas mais tarde no processo, apenas em meados de novembro, sendo que os fundos se esgotaram em meados de dezembro”, sublinha a Solar Heat Europe. Lembra que Portugal "é um país com condições excelentes para a energia solar térmica, tornando-a numa solu- ção extremamente vantajosa para os consumidores". Para além disso, "os sistemas solares térmicos podem pro- porcionar reduções significativas em termos de emissões de CO 2 , o equi- valente à remoção de um automóvel com motor de combustão interna das estradas. Assim, e considerando a experiência acumulada da energia solar térmica no mercado português, esperamos que a próxima versão do Fundo Ambiental, com lançamento previsto para março de 2021, apresente critérios melhores e mais claros no que respeita aos sistemas de energia solar térmica". Neste ponto, a Solar Heat Europe garante que está disponível para apoiar estes esforços, tal como os acionistas em Portugal. Para além disso, acrescenta a asso- ciação, "estamos surpreendidos com a lentidão do mercado português na implementação da energia solar tér- mica em sistemas em grande escala. Outros países europeus, com condi- ções naturais não tão favoráveis como as de Portugal, têm dado muito mais ênfase a sistemas de maiores dimen- sões, tais como os de aquecimento solar para processos industriais (SHIP). Em França, está a ser implementado o maior sistema a nível europeu (12 MW) para processos de maltagem, destronando o anterior sistema de maiores dimensões nos Países Baixos, com apenas um ano de existência". A associação termina, dizendo que "Portugal poderia aproveitar essas condições para promover uma mais rápida eliminação das emissões de carbono do seu setor industrial, com claras vantagens económicas (custos energéticos inferiores, maior investi- mento local emais postos de trabalho), ao mesmo tempo que eram reduzi- das as emissões de carbono no setor industrial português". n "Estamos surpreendidos com a lentidão do mercado português na implementação da energia solar térmica em sistemas em grande escala (...)", revela a Solar Heat Europe

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