BI294 - O Instalador

58 RENOVÁVEIS | SOLAR TÉRMICO Segundo o artigo 'Making the sun shine at night: comparing the cost of dispatchable concentrating solar power and photovoltaics with storage' da HeliosCSP, os autores (Franziska Schöniger, Richard Thonig, Gustav Resch e Johan Lilliestam) indicam que outro dado relevante está relacionado com o armazenamento e com a constata- ção de que o CSP se torna uma opção economicamente mais viável que as baterias para períodos de armazena- mento mais longos. Tomando em consideração o caso de Espanha, porque em termos de irra- diação solar é bastante semelhante a Portugal, uma das grandes vanta- gens apontada pela PROTERMOSOLAR (Associação Espanhola para a Promoção da Indústria Termosolar) é não só a complementaridade que o CSP com armazenamento pode tra- zer à tecnologia solar fotovoltaica, nas horas emque há ausência de radiação solar, mas também a sua contribuição para a economia, nomeadamente com provas dadas ao nível da contribuição para o PIB e criação de emprego espe- cializado, quer na fase de construção da central, quer na fase de operação da mesma. PORTUGAL Relativamente a Portugal, não há, para já, qualquer investimento em energia solar termoelétrica, pelo que não há qualquer central CSP a operar no país. No entanto, refira-se que, em 2009, foi aberta uma candidatura para atribui- ção de PIP (Pedidos de Informação Prévia) para as tecnologias CSP no total de 28,5 MW, com o intuito de promo- ver projetos de caráter experimental com o objetivo de demonstração do conceito tecnológico. Contudo, estes projetos não avança- rampor falta de viabilidade económica e transitaram para projetos de solar fotovoltaico concentrado e projetos de solar fotovoltaico tradicionais. Assim, neste âmbito, atualmente Portugal está apenas a promover alguns projetos-pi- loto para testar o solar termoelétrico de concentração, como é o caso do projeto patrocinado pela Universidade de Évora: o ALFR-ALENTEJO. O projeto ALFR-Alentejo visa a mode- lação, instalação, operação e análise de um protótipo de concentrador solar ALFR (Advanced Linear Fresnel Reflector), para produção de eletrici- dade por via solar térmica. O projeto integra ainda sistemas de armazena- mento térmico commisturas de sais fundidos. Através desta experiência, pretende-se conseguir operar a tem- peraturas mais elevadas, acima de 500 °C, de modo a aumentar a efi- ciência de conversão de energia solar. A operação e recolha de dados são ações fundamentais para a melho- ria desta tecnologia e visam ainda uma redução substancial dos cus- tos na produção de eletricidade por via solar térmica, que hoje ainda não consegue competir com outras tecno- logias de fonte renovável (emmercado spot), em estágio mais avançado de maturidade. Segundo o PNEC 2030, o País partirá dos 0 GW de capacidade instalada de CSP em2020, para alcançar umameta pouco ambiciosa para 2030, de 0,3 GW. Com o encerramento das centrais a carvão do Pego, em 2021, e de Sines em 2023, é sugerida a reutilização do seu equipamento para a geração de energia elétrica a partir de fontes de energia renovável. Assim, foi colocada a hipótese da insta- lação de capacidade solar termoelétrica com armazenamento para produção de vapor renovável, em substituição do carvão, para alimentar as turbinas existentes nas centrais. O PNEC define ainda, de forma vaga, a hipótese da criação de novos projetos- -piloto semelhantes ao mencionado anteriormente, estando previsto avan- çar com centrais piloto despacháveis de produção de eletricidade via CSP, com armazenamento. Em termos de perspetivas futuras, importa identificar os benefícios que um forte investimento em CSP pode trazer a Portugal. Concretamente, e tendo em conta a aposta no hidro- génio verde, expressa na Estratégia Nacional para o Hidrogénio, importa salientar que, com o recurso à energia solar térmica, é possível a produção ter- moquímica de hidrogénio proveniente da água, no que se prevê uma redução significativa do preço na produção do hidrogénio verde, e uma opção alter- nativa ao processo que a Comissão Europeia está a promover, a eletrólise. Outra vantagem seria a capacidade de produzir combustíveis biológicos (Biofuels), compegada carbónica zero, e com a consequente possibilidade de aproveitar as infraestruturas de arma- zenamento e transporte já existentes para os combustíveis fósseis. Dado o índice de irradiância ser tão elevado em Portugal, admite-se ainda a possi- bilidade de o país ter retorno financeiro significativo coma exportação de ener- gia elétrica produzida por CSP, para No contexto mundial, a Espanha e os Estados Unidos da América são líderes em termos de potência CSP instalada. Em conjunto, representam 4 GW dos 6,2 GW instalados a nível global, sendo que estes valores indiciam um investimento nesta tecnologia ainda relativamente tímido

RkJQdWJsaXNoZXIy Njg1MjYx