BI297 - O Instalador

61 RADIOGRAFIA DAS RENOVÁVEIS EM PORTUGAL ficou aquém do esperado, princi- palmente tendo em consideração a meta estabelecida no PNEC para 2030 (27,6 GW). Até ao final de 2020, estavam previstos 14,8 GW de capa- cidade instalada e, neste momento, verifica-se um total acumulado de 14,5 GW, maioritariamente suportado pela tecnologia eólica. Esta questão é de grande relevância, tendo em conta a ambição e necessidade de implementar a transição climática. No que diz respeito à comparticipação renovável na geração de eletricidade, verificou-se o valor mais alto gerado nos últimos cinco anos, 30,9 TWh, o correspondente a 60,8%, em valores reais não normalizados, maioritaria- mente suportados pela tecnologia hídrica (27,3%) e eólica (24%). Neste sentido, há ainda um longo caminho a percorrer para atingirmos as metas a que nos propusemos. Se por um lado, foram dados passos rele- vantes no sentido da promoção das energias renováveis, com um impacto macroeconómico muito relevante e com o conjunto de planos já men- cionados, a verdade é que no ano de 2020 foram instalados somente 139 MW de potência renovável, um aumento de 0,9 % face a 2019, num setor que tem visto um crescimento médio anual, em capacidade, de cerca de 6 %. Para além disto, pre- valecem entraves relacionados com o licenciamento de projetos, em que se verificam prazos cada vez mais morosos, situação que se agravou com o volume de novos pedidos e uma falta generalizada de recursos humanos nas entidades envolvidas no processo. Por último, reforça-se a falta de capacidade de rede para o desenvolvimento de novos projetos, que agregada à falta de uma visibi- lidade e calendarização no curto e médio prazo de como será atribuída capacidade até 2030, tem contribuído O ano de 2020, apesar de fortemente marcado pela crise pandémica, é caraterizado por importantes avanços que vêm fortalecer o posicionamento do setor, sendo mesmo um ano de alavancagem e de oportunidades para o futuro do setor renovável significativamente para a pressão e instabilidade no tecido empresarial que suporta e promove o desenvol- vimento do setor. Apesar dos largos passos já esta- belecidos os desafios são muitos, principalmente num cenário de arranque de uma nova era, a vida pós-pandemia, não apenas para o setor renovável, mas para toda a eco- nomia e sociedade. Perspetiva-se uma nova sociedade, exigindo-se uma reestruturação que nos torne mais independentes, mas ao mesmo tempo consolidando a urgência do combate às alterações climáticas. Este passo coloca a transição climática no centro como motor de transformação de uma sociedade mais sustentá- vel e resiliente, que será assente na eletrificação direta e indireta da eco- nomia, onde o hidrogénio assumirá um papel estratégico impulsionado pelas energias renováveis. n

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