BI298 - O Instalador
17 SEMANA DA REABILITAÇÃO URBANA DE LISBOA tivo na nossa balança comercial de 830 milhões de euros” e que as exportações, em 2020, totalizaram cerca de 3.4 mil milhões de euros e as importações 2.6. Instrumento importante na promoção do setor 'além-fronteiras' é a recente campanha internacional, lançada pela AICEP emmarço deste ano. Designada por ‘Made in Portugal – naturally’, em formato digital, temcomo objetivo pro- mover as fileiras da casa e materiais de construção. O objetivo é captar o interesse da pro- cura internacional, dando a conhecer a inovação ancorada na qualidade e tradição dos produtos portugueses e a sua oferta de valor diferenciadora. A campanha é dirigida aos mercados da Alemanha, Canadá, Espanha, EUA, França e Reino Unido e irá decorrer durante o ano de 2021. CONFORTO, EFICIÊNCIA E SAÚDE Ávila e Sousa, Diretor Técnico e Marketing do Grupo Preceram, não tem dúvidas: “consumir local acaba por ser essencial para a redução da pegada de carbono, mas também tem que ver com a revitalização da economia, porque ao consumirmos local estamos a apostar nas empresas que criam postos de trabalho e pro- movemdesenvolvimento e progresso". "Nós, desde o início da nossa indústria (na década de 40, como tijolo, a ‘pedra base’ da Construção), e à medida que os anos foram evoluindo com a aposta de materiais mais eficientes, sempre tivemos a preocupação em diversi- ficar produtos, com a construção a seco e leve. Agora mais recentemente também com as placas de gesso, que surgem para chegar a um nicho de mercado e substituir as importações que se faziam do mercado espanhol", afirma o responsável. Como comunicar a vantagem de ser português? À pergunta, Ávila e Sousa é direto: "durante muito tempo, havia a ideia de que o que vinha de fora é que era bom. Eu recordo que quando começámos a Gyptec, por exemplo, colocamos o nome de Gyptec Ibérica porque efetivamente transmitia a ideia de que era uma empresa espa- nhola, e nos abria portas em Espanha e Portugal. Conto este episódio porque considero que, na verdade, é unânime que temos de desenvolver soluções que tragam conforto às pessoas, a poupança energética que tanto se ambiciona e que, ao mesmo tempo, seja sinónimo de saúde. Se conse- guirmos estes três elementos, não tenho dúvida de que iremos melho- rar também a produtividade, fator tão importante para a nossa economia". Nesta linha, Ávila e Sousa partilha da opinião de muitos dos seus colegas de painel: a importância dos materiais, a sua escolha e a sua sustentabilidade são "decisivos para a vitalidade das empresas e do setor". RESILIÊNCIA E PRODUZIR DE FORMA DIFERENCIADORA CarlosBaiãodaCruz, CEOda Investwood, salientou que “as preocupações dos ges- tores e empresas variamem termos do foco”, considerando que a primeira prio- ridade de uma empresa temde passar pelo “alinhamento dos seus produtos e processos com os seus mercados”. “Qualquer empresa produtora da fileira temde ter como primeira prioridade a sustentabilidade, a pegada de carbono e a eficiência energética”, sublinhou. Contudo, lembrou que os processos de escolhas desses materiais ainda incorporam “uma grande influência do consumidor final. É necessário foco na formação e na informação para que se atinja o objetivo da neutralidade carbónica. Todos os participantes na cadeia de valor têm esse objetivo bem presente”, assegurou. Pedro Tarouco, Diretor Comercial da Revigrés, garante que as marcas por- tuguesas se destacam cada vez mais pelos elevados índices de qualidade e know how. “E isso também se nota na fileira dos materiais de construção. As marcas têm de produzir com susten- tabilidade e de forma diferenciada, e julgo que neste aspeto, temos encon- trado o caminho certo”, afiança. Quanto à campanha da AICEP, Pedro Tarouco enaltece a iniciativa 'além-fron- teiras' e que irá ajudar as empresas e as soluções nacionais da construção. “O setor dos materiais de construção, em termos estatísticos, ainda não atingiu os resultados que todos desejaríamos, mas é importante sublinhar que este mercado representa oito mil milhões de euros. O impacto é enorme e um valor muito positivo para a economia portuguesa. A resiliência, quer no início da cadeia de valor, mas tambémno que respeita aos promotores imobiliários que continuam a lutar diariamente, é notória e precisa igualmente de ser realçada”, disse. Já Ricardo Luz, da Gestluz, abordou a internacionalização das marcas por- tuguesas. “Já ninguém vive para o seu mercado, todos falam de inovação, de sustentabilidade, de baixar custos na cadeia de valor, e as empresas hoje conseguem entrar nas cadeias inter- nacionais de forma natural. E isso tem mudado significativamente a mentali- dade das empresas portuguesas”. “Não é preciso ser gigante para vencer no mercado global e temosmuitas empre- sas competitivas e que vão vencer. Não tenhamos dúvidas disso”, salientou. n Ávila e Sousa, Diretor Técnico e Marketing do Grupo Preceram.
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