BI298 - O Instalador

67 RENOVÁVEIS | FOTOVOLTAICO Não é por acaso que o digital se assume como facilitador da mudança profunda com a qual nos deparamos hoje. A escalabilidade e a automatiza- ção das soluções, a análise de dados e as tomadas de decisão com base numa análise preditiva são alguns dos fatores que fazem das soluções tec- nológicas de base digital a escolha incontornável, que impactará todos os players da cadeia de valor: Utilities, com uma complexidade acrescida, intrínseca à geração fotovoltaica dis- tribuída, colocarão a gestão da rede elétrica no epicentro de inovações de data analytics para a tomada de decisões; Promotores de energias reno- váveis, que assistem a um ambiente crescentemente competitivo, procu- rarão necessariamente soluções que garantam previsibilidade e rentabili- dade dos seus ativos; Prestadores de serviços, que terão de se reinventar para fazer face a clientes cada vez mais exigentes e com expectativas de maior proximidade; e empresas de EPC, que verão as suas competên- cias expandir-se para além do ‘físico’, acrescentandomaior valor aos projetos, procurando diferenciar-se e agregar valor desde a fase de conceção. O exemplo do impacto que a trans- formação digital pode ter é descrito num estudo recentemente elaborado pela McKinsey, no qual se reconhece que a aplicação de soluções digitais em empresas de energia pode gerar ganhos até 30% na estrutura de custos de projetos solares. Em abono da ver- dade, desde cedo, o digital tem estado ao serviço deste combate, estando na génese de uma simbiose perfeita entre técnicas de controlo digital e eletrónica de potência, dando vida a inversores solares e carregadores de veículos elétricos. As potencialidades do digital na área fotovoltaica são hoje inúmeras, com o aparecimento de projetos piloto envolvendo tecnologias como machi- ne-learning , inteligência artificial ou robótica. A utilização destas tecnolo- gias tem-se revelado fundamental para o aumento da disponibilidade dos ativos produtores de energia, materia- lizando-se em soluções de promoção da eficiência operacional das instala- ções, como é o caso de plataformas de gestão e processamento de dados de centrais solares ou sistemas robo- tizados de manutenção preventiva de painéis solares. Mas, se por um lado, muitas destas áreas do digital apresentam tremendas oportunidades, as suas complexidades são igualmente significativas e devem ser acauteladas. Os desenvolvimentos de tecnologias nesta área abarcam áreas distintas das competências tra- dicionais do setor da energia. Por isso, para que possamos garantir o sucesso da transição energética, é essencial que todos os agentes colaborem, pro- curando encontrar sinergias e soluções para problemas comuns, levando a inovações persistentes e transforma- doras. Só assim esta mudança será efetiva, constituindo uma oportuni- dade para uma maior capacitação do capital humano das empresas do setor. Embora o sucesso da transição enér- gica dependa de uma transformação digital bem-sucedida, é importante que o papel da tecnologia não assuma uma supremacia sobre aquele que é o objetivo primordial – a energia. n

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