BI299 - O Instalador

56 INTERNET DAS COISAS E SOLUÇÕES PARA EDIFÍCIOS O funcionamento inadequado dos sis- temas de gestão dos edifícios devido a interferências de natureza eletro- magnética pode ter causas difíceis de identificar e a sua correção de forma satisfatória tornar-semuito dispendioso, em especial após a entrada em ser- viço das instalações. Devem, por isso, ser adotadas as melhores práticas de instalação em matéria de EMC logo desde a fase do projeto até à entrada em exploração dos sistemas, evitando interferências indevidas e protegendo equipamentos, instalações e pessoas dos seus potenciais efeitos nefastos. Como possíveis aspetos a considerar na análise das fontes de perturbação eletromagnética referem-se os seguin- tes, apenas a título de exemplo, e sem se pretender ser exaustivo: motores elétricos, iluminação fluorescente, car- gas indutivas, máquinas de soldadura, fontes de alimentação ininterrupta (UPS), servidores informáticos, postos de carregamento de veículos, prote- ção contra descargas atmosféricas, entre muitos outros. CONFORMIDADE DOS EQUIPAMENTOS Ao nível dos equipamentos, o primeiro aspeto a verificar é a sua conformidade com as normas e com os requisitos legais. Na União Europeia, todos os dispositivos eletrónicos, quer sejam alimentados pela rede elétrica ou por baterias, devemestar emconformidade com a Diretiva da Compatibilidade Eletromagnética, ou Diretiva EMC (Diretiva 2014/30/UE), exceto se pos- suíremalguma forma de comunicação por radiofrequências, caso em que os aspetos de compatibilidade ele- tromagnética ficam sob a alçada da Diretiva dos Equipamento de Rádio, ou Diretiva RED (Diretiva 2014/53/UE). Essa conformidade legal é evidenciada pela aposição nos equipamentos da bem conhecida marcação CE. Estas Diretivas (EMC e RED) visam assegurar, por um lado, que os equi- pamentos elétricos e eletrónicos possuem níveis de imunidade ade- quados para funcionarem da forma prevista no ambiente eletromagné- tico a que se destinam, e por outro lado, que não produzem emissões que possam causar interferências noutros equipamentos, incluindo nos de tele- comunicações, impedindo que estes funcionem adequadamente. Com os crescentes níveis de automa- tização e com a generalização da IoT aumenta a densidade de dispositivos eletrónicos existentes nos edifícios. Com isso aumentam também as pro- babilidades de ocorrerem interferências entre eles, o que faz da conformidade individual dos equipamentos, uma condição essencial para prevenir pro- blemas de interferências. O TODO É MUITO MAIS DO QUE A SOMA DAS PARTES Todavia, deve-se notar que o facto de todos os equipamentos estarem por si próprios em conformidade com as respetivas normas, não significa neces- sariamente que a instalação, no seu conjunto, possua um nível adequado de compatibilidade eletromagnética. A conformidade individual dos equi- pamentos é uma condição necessária, mas que, contudo, não é suficiente. Há igualmente que adotar boas práticas no que se refere à instalação desses equipamentos nos edifícios, incluindo a forma como as cablagens são dimen- sionadas e instaladas. A título de exemplo, apresenta-se na imagem acima, um caso de instala- ção de painéis solares fotovoltaicos. A forma como são feitas as ligações entre os módulos e entre estes e a rede elétrica são determinantes para minimizar o ruído eletromagnético que é originado sempre que existe um anel condutor percorrido por uma corrente elétrica. O APOIO DO IEP O IEP é uma infraestrutura tecnoló- gica, oficialmente reconhecida como Centro de Interface (CIT), e que possui um conjunto de laboratórios acredi- tados em vários domínios, que ajuda as empresas e os profissionais a ado- tar uma abordagem correta à EMC, assegurando assim o cumprimento dos requisitos legais e normativos em matéria de compatibilidade ele- tromagnética, seja em relação aos equipamentos, seja em relação às instalações. Com uma experiência de mais de três décadas na avaliação dos requisitos de EMC, o IEP apoia os fabricantes de equipamentos elétricos e eletrónicos para que possamadotar regras corretas de compatibilidade eletromagnética, desde a conceção dos produtos até à sua colocação no mercado. Igualmente no que se refere às ins- talações, aos edifícios e à domótica, o IEP está apostado em prestar aos projetistas, instaladores e outros pro- fissionais um apoio integral em todas as fases da construção e da explo- ração dos edifícios, contribuindo assim para reduzir os custos totais, aumentar a segurança e prevenir a ocorrência de perturbações eletro- magnéticas. n Adaptado do 'Solar Energy Manual', da ISSO - Dutch Building Services Knowledge Centre.

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