A VOZ DA QUERCUS 52 vés de informação e orientação, quer apoios financeiros para outras soluções de apoio à gestão, que não seja apenas a aquisição de contentores; 19. Garantir a uniformização dos dados resultantes da monitorização do setor entre todas as entidades do setor, públicas e privadas, de gestão e/ou regulação ou tratamento de informação; 20. Aplicar-se a responsabilidade alargada do produtor também ao fluxo dos resíduos de construção e demolição (17% dos RNU) e têxteis. Enfrentamos um dos maiores desafios globais do século, integrar a sustentabilidade ambiental com o desenvolvimento económico, com o respeito pela saúde e bem-estar das populações, numa articulação verdadeiramente equilibrada entre a Humanidade e o Planeta. Para conseguir este equilíbrio, não podemos continuar o mesmo modelo de consumo já ultrapassado, ou acreditar que se aumentarmos a reciclagem dos resíduos sem diminuir o consumo de recursos naturais seja suficiente para resolver este problema ambiental. É de facto fulcral mudar as mentalidades, não só da sociedade civil, como de todos os intervenientes na economia, e fundamentalmente, nos decisores políticos – locais, centrais e nacionais. “ESTE PLANO ASSUME UMA IMPORTÂNCIA ELEVADA NO PANORAMA AMBIENTAL PORTUGUÊS” A caraterização do uso de recursos e dos seus impactes é necessária para promover a adoção por padrões de consumo e produção sustentáveis, avançar com a transição para uma economia global, circular e socialmente inclusiva. Este Plano assume uma importância elevada no panorama ambiental português. Na verdade, a produção de resíduos é a consequência do uso de recursos nas atividades socioeconómicas, com origem em diversos processos, desde o momento que estes são extraídos da natureza, até que são transformados emmateriais e produtos, finalizando com o período em que estes deixam de ter utilidade e resultamem resíduos comos impactes ambientais relacionados aos seus destinos inadequados, ou mesmo aos processos de gestão. Os resíduos não dependem só dos processos produtivos, mas também dos modelos de consumo, da forma como são utilizados e de como são rejeitados após atingirem o seu tempo de vida útil, e estes deverão ser uma prioridade da política ambiental nacional, dado que contribuem direta ou indiretamente, para minimizar algumas das preocupações globais – consumo de recursos naturais, descarbonização, poluição dos rios e solo, reduzir as alterações climáticas; como atuar positivamente na criação de oportunidades de emprego e desenvolvimento local. É preciso garantir o envolvimento e o compromisso das diversas entidades, para que a aplicação deste plano seja efetivamente integrada nas políticas ambientais e nacionais, de forma transversal, bem como na efetiva cooperação entre os diversos organismos públicos e privados, locais, centrais e nacionais. Quando assistimos a que as taxas de deposição em aterro atinjam quase os 50% dos resíduos urbanos, o que representa que consumimos e anulamos qualquer possibilidade de recuperação de metade destes materiais com este destino, esquecendo completamente o processo circular - minimizar a sua produção e o desperdício, respeitar a hierarquia de gestão de resíduos e as suas recomendações para reutilização e recuperação, valorização ou reciclagem – mas apenas eliminando-os da nossa vista e da economia, daquela que se quer circular e verde. É urgente agir, para que o futuro do País, da economia e do ambiente não seja cada vez mais cinzento. n
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