55 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA VERSUS EDIFÍCIOS do Grupo Preceram, dá o exemplo do grupo, que tem trabalhado na identificação e caraterização técnica de soluções construtivas que promovam a eficiência energética e o conforto nos edifícios. “Este trabalho implica uma estreita colaboração e implementação em todas as etapas da obra, sendo essencial a fase de projeto. É aqui que se podem delinear as melhores opções, aquelas que terão o maior efeito no bem-estar dos utilizadores, com menor consumo de recursos, pegada de carbono, impacte ambiental - as mais eficientes”, explica. Ao longo dos anos houve evolução no setor da construção. Quer ao nível das exigências, das técnicas e dos materiais utilizados. Hoje a noção é de que a sustentabilidade mede-se ao longo do ciclo de vida do edifício - construção, utilização, manutenção e fim de vida (demolição ou restauro). E é precisamente por isso que a Garcia Garcia defende que é preciso pensar nos processos e nas soluções de forma global, de forma a efetivamente alcançar essa meta. As certificações existentes, como o BREEAM e a Passive House, ajudam porque “acompanhamo edifício desde o início do projeto até ao seu fim de vida (life cycle)”. A Garcia Garcia dá, a título de exemplo, a aposta emmateriais sustentáveis (incluindo na sua produção e colocação), um design que permita uma menor utilização de equipamentos de climatização, ou a opção por equipamentos energeticamente mais eficientes, são alguns dos cuidados simples que permitem alcançar essa sustentabilidade. ASPETOS A TER EM CONTA NUM EDIFÍCIO 'SUSTENTÁVEL' A ef iciência energética depende de vários vetores, sendo, explica a Garcia Garcia, influenciada por fatores que vão desde as caraterísticas e materiais de construção, até aos sistemas de aquecimento, passando pelas soluções arquitetónicas mais ef icientes. Em termos práticos, “pontos a atacar” poderão ser a melhoria dos isolamentos das paredes exteriores e coberturas, assim como, caixilharias e vidros. Esta são áreas onde se verificam as maiores perdas e que podem ser resolvidas de forma relativamente simples, quer num edifício de raiz, quer numa renovação. Para além do anterior, é fundamental a aposta em sistemas mais eficientes de ventilação (natural e mecânica), aquecimento/arrefecimento e de produção de água quente, idealmente com a aposta em energias renováveis como a solar ou a geotérmica. A isto Sofia Santos acrescenta a qualidade das janelas, os isolamentos de telhado e fachadas e a não utilização de gás. No entanto, muito da eficiência energética pode ser obtida com hábitos e comportamentos que dependem exclusivamente das pessoas, constata a especialista da Systemic. Uma das mudanças notórias incidiu na indústria de AVAC, “exigindo a adaptação e evolução de produtos e sistemas”, como refere a Daikin. Neste caso espeA eficiência energética depende de vários vetores, sendo, explica a Garcia Garcia, influenciada por fatores que vão desde as caraterísticas e materiais de construção, até aos sistemas de aquecimento, passando pelas soluções arquitetónicas mais eficientes cífico, explica a empresa, as inovações são diversas e vão desde a incorporação de eletrónica de controlo em todos os equipamentos, ao desenvolvimento de novos componentes, materiais e fluídos. A Daikin destaca quatro pontos: a introdução de fluídos com baixo GWP como o R32 e o HFO1234ze; a integração de inverter tambémemchillers e bombas de calor de elevada potência; a integração de variação de temperatura de evaporação em sistemas de expansão direta proporcionando eficiência de topo e elevando o conforto dos ocupantes; e a monitorização remota de sistemas e equipamentos com possibilidade de deteção precoce de avarias e otimização energética. Já Ávila e Sousa salienta “o contributo da Gyptec no desenvolvimento de novas soluções para a construção, mas também para a reabilitação, como a placa GYPCORK com isolamento incorporado em cortiça, ou a gama de sistemas com isolamento em lã mineral Volcalis”, realça o diretor técnico e de marketing do Grupo Preceram, que acrescenta que esta última empresa distingue-se pela inovação introduzida na conceção e fabrico emPortugal de um isolamento térmico e acústico eficiente, seguro e acessível que contribui positivamente para o desempenho energético dos edifícios. O executivo destaca igualmente o “extraordinário desenvolvimento das soluções de base natural, como sejam as coberturas verdes, cujo contributo tem vindo a ser reconhecido também na eficiência energética dos edifícios”. Sobre isso diz que, “neste âmbito, em representação da nossa empresa de argila expandida, a Argex, temos vindo a trabalhar em estreita colaboração com a associação nacional do setor, a ANCV Greenroofs, no sentido de compilar e divulgar um conjunto de informação técnica relevante para os fabricantes, instaladores e projetistas”. n
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