BI317 - O Instalador

57 DOSSIER RENOVÁVEIS HÍDRICA O PNEC 2030 está atualmente em processo de revisão, visando a sua adaptação às metas cada vez mais ambiciosas de descarbonização, cujo cumprimento requer uma aceleração do processo de transição energética e climática. Tambémo Plano da Comissão Europeia RepowerEU, que visa tornar a Europa independente da energia fóssil russa, veio reforçar a necessidade da aposta nas energias renováveis, acelerando a transição energética. Este plano surge como a rápida resposta da União Europeia à crise energética em consequência da invasão da Ucrânia pela Rússia e visa garantir o aprovisionamento de energia em toda a Europa, tornando os países independentes da energia russa. Para tal, é crucial que toda a Europa trabalhe em conjunto para assegurar a segurança do aprovisionamento de gás, coordenando aquisições conjuntas de gás, diversificando os seus fornecedores e limitando a volatilidade dos preços, e para aumentar a produção de energia renovável na Europa. Com a aposta na eletrificação, em particular no setor da mobilidade, prevê-se que o consumo de eletricidade venha a aumentar, o que reforça a importância da descarbonização do sistema electroprodutor. Para a descarbonização deste setor, é necessário reforçar a produção de eletricidade renovável que, em Portugal, provém principalmente de energia hídrica, seguindo-se a energia eólica. A maior vulnerabilidade associada à produção de energia hidroelétrica tem sido a ocorrência de eventos climáticos extremos como secas, que levam à escassez de água e, consequentemente, à suspensão da produção de eletricidade nas barragens. Desde o início do século foram registadas secas meteorológicas severas nos períodos de 2004 a 2006, 2011 a 2012, 2015, 2017 a 2018, 2019 e 2022, tendo as de 2005 e 2017 sido as mais graves (IPMA), e o seu efeito foi visível na produção de energia hidroelétrica, emparticular nos anos de 2005, 2012 e 2017 (Figura 1). Em 2022 foi também visível o impacto da escassez de água na produção hidroelétrica, em particular no primeiro semestre do ano, com especial impacto nos meses de fevereiro e março que registaram uma redução da produção de energia hidroelétrica de 40% e 28%, respetivamente, face ao período homólogo de 2021. Esta redução levou à diminuição de produção de eletricidade com recurso a fontes renováveis de 59,5% em 2021 para 49,3% em 2022 e, consequentemente, ao aumento do consumo de

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