actual FederaçãoRussa tinha-se tornado independente da Rússia em 1917 na sequência das Revolução Bolchevique, mas, entre 1939 e 1944, teve que travar com a então URSS duas guerras consecutivas, conhecidas como Guerra de Inverno e Guerra da Continuação, para defender a sua independência nacional na sequência de uma intervenção semelhante à feita na actual Ucrânia. Do mesmo modo, e no que respeita aos EUA, sucedeu o mesmo sobre os países ditos ocidentais ainda que de forma menos explicita. AAlemanha por várias razões que extrapolamo âmbito deste texto foi cortada em duas antes do final dos anos 40 e o resto da Europa foi controlada por meio de mecanismos jurídicos, políticos, militares, financeiros e económicos. Chegados aos anos 50 a Europa vê-se na seguinte situação: depende economicamente dos EUA, em especial por via do Plano Marshall e está fisicamente próxima do Bloco Soviético. Aomesmo tempo, deseja o seu desenvolvimento económico sem ajuda dos EUA e pretende, seja de forma for, evitar novas guerras no seu território. É este o caldodeculturaque levaàcriaçãodaquilo que é hoje a União Europeia, resultando esta última do Tratado de Maastricht. Na sua origem estão as duas comunidades: a CEE e a CECA. Esta é a mais a mais importante no que respeita tanto à Energia como à Defesa. A ideia subjacente à criação da CECA é simples. Naquela altura, o carvão e o aço eram duas das mais importantes componentes da produção de armamento. Assim, se os Estados deixassem de puder aceder e dispor sem restrições tanto a um como ao outro, teoricamente deixariam de puder produzir armamento e, portanto, também em teoria, deixaria de ser materialmente possível haver novo conflito no território europeu. Infelizmente, o tempo provou que esta ideia, ainda que bem-intencionada, era profundamente ingénua e desprovida de qualquer efeito prático impeditivo seja da produção de armas seja da sua utilização em guerras, mesmo aqui na Europa como provam os conflitos nos Balcãs, na Sérvia, no Kosovo, etc. Ao mesmo tempo o carvão continuou a ser uma importantíssima fonte energética. Basta lembrar, por exemplo, que foi quase nos anos 80 que os comboios em França deixaram de usar locomotivas a carvão. Já a CEE assenta, explicado de uma forma simplista, numa espécie de especialização funcional em que cada Estado membro só pode produzir uma parte das necessidades de um determinado bem sentidas pelo Mercado Europeu considerado globalmente. 73 ENERGIA
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