BI322 - O Instalador

49 EDIFÍCIOS “Quando começas esse caminho (o das escolhas mais conscientes) é impossível ficar indiferente a todos os outros aspetos da vida”. Quem o disse foi Ana Varela, atriz e dona de obra, durante uma das sessões da conferência, onde apresentou a sua ‘Casa do Campo’ em conjunto com a arquiteta e Passive House Designer Tânia Martins, da Homestories. Uma realidade que tanto arquitetos, como engenheiros e construtores percecionam é a de que o mercado tem cada vez mais clientes informados e com muita consciência daquilo que pretendem. Transpor o projeto para a obra e transmitir as soluções para quem está a construir no dia-a-dia são, para Tânia Martins, o maior desafio, mais do que os custos: “O projeto é um investimento que vais recuperar a longo prazo”. Numa outra sessão da Conferência, voltada para a temática do ensino, Ana Rute Costa, diretora da licenciatura em Arquitetura da Universidade de Lancaster (Reino Unido), exemplificou na prática como a Passive House integra o currículo dos alunos e deixou com clareza a certeza de que “a Passive House é o caminho mais simples para atingir o bom desempenho”. Este é um projeto que pode já ser conhecido em detalhes na entrevista publicada no site da Associação. Ideias que foram apoiadas por Marlene Roque, professora no ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) e membro eleito para a direção da Ordem dos Arquitetos, reforçando a abertura e interesse de ambas as instituições para colaborações futuras. Foram também apresentados na última sessão da conferência alguns exemplos de projetos não residenciais, nomeadamente os primeiros projetos de promoção pública que pretendem alcançar a certificação Passive House. Estes exemplos mostram a crescente implementação da Passive House em Portugal. “A edição deste ano foi um record a todos os níveis: expositores, workshops e participantes. Registámos um aumento de quase 25% no número de visitantes, o que nos deixa muito felizes, fruto do trabalho feito por todos e da consciencialização das pessoas de que construir bem não é opcional”, reforça João Marcelino, presidente da Passivhaus Portugal. Destes dois dias destaca-se a grande afluência aos workshops de projetos, apresentados pelos próprios Passive House Designers responsáveis, um novo espaço introduzido na edição deste ano que se revelou um grande sucesso. Também os workshops das marcas, com uma grande ênfase na componente prática, estiveram sempre muito concorridos. Entre caras conhecidas, que acompanham o padrão Passive House há vários anos e com ele têm crescido, muitas faces novas, que vieram até Aveiro com muita informação inicial para consolidar, questionar e esclarecer. No próximo ano entrará em vigor o Novo Método de Certificação Passivhaus, apresentado durante a conferência, que simplificará os processos de certificação e abrirá portas a que, por exemplo, imóveis (apartamentos ou escritórios) que cumprem o desempenho inseridos num edifício não intervencionado, possam ser certificados. Já em fase final está também o Passive House Center, localizado em Pombal, um projeto pioneiro a nível mundial que vem colmatar a falta de formação prática para mão de obra especializada. João Marcelino agradece “a uma equipa de quase 150 pessoas que fazem este evento acontecer: a organização, os oradores, os moderadores das sessões, os Passive House Designers e as equipas de todas as marcas parceiras da Passivhaus Portugal. É com a colaboração de todos que construímos um evento que a cada ano cresce em valor para quem nos visita”. A edição do próximo ano já tem data: regressa ao Centro de Congressos de Aveiro a 22 e 23 de outubro! n

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