82 SMART CITIES encontra-se numa posição privilegiada em termos de produção de energia através desse recurso. No entanto António Costa e Silva também afirmou que não se pretende cometer os mesmos erros do passado, “ao nível do não aproveitamento das oportunidades”. A opinião do ministro é a de que “estamos do lado certo da história no que concerne à transição energética”. Face a isto é convicção de António Costa e Silva de que “temos que capitalizar todo o imenso potencial que o país tem nas energias renováveis”. O que vai ser feito através do desenvolvimento deste cluster, “que só pode beneficiar o país se também for utilizado para atrair a nova geração de energias verdes”. E aqui o ministro aponta, imediatamente, a energia do aço, que é a “mais poluente do planeta”, sendo responsável por “cerca de 8% das emissões de CO2”. António Costa e Silva revelou que o governo, com os grandes players internacionais, está a tentar captar, para Portugal, os grandes projetos do aço verde. O ministro revelou ainda estar preocupado em assegurar a transição energética de uma indústria muito importante para a economia portuguesa: os fabricantes de carros. O ministro relembrou o anúncio referente ao fabrico do primeiro carro elétrico ligeiro em Portugal, e apontou estar em conversações com vários fabricantes. O grande trunfo de Portugal, para António Costa e Silva, são as minas de lítio, “das maiores minas que temos no âmbito da União Europeia”. Relembrando os erros anteriores, o ministro refere que “não podemos apenas explorar a matéria-prima e exportá-la”. Pelo contrário: “queremos sediar no país toda a cadeia de valor do lítio, desde a extração, a refinação, a produção de células, a construção das baterias e a economia circular aplicada para tratar os resíduos e os materiais”. Na opinião de António Costa Silva, “se conseguirmos fazer isso, atraindo, ao mesmo tempo, grandes fabricantes de baterias para o país”, conseguimos avançar para um mundo de transição cada vez mais apoiado pelas baterias. O ministro referiu mesmo um estudo levado a cabo pela Agência Internacional de Energia, que aponta que, até 2040, o planeta vai precisar de 10 mil GW/hora em termos de capacidade de baterias. “O que significa cinquenta vezes a capacidade que temos hoje”, constata, acrescentando que a maioria das fábricas de baterias está na Ásia e que a Europa está atrasada, tendo de batalhar para apanhar o comboio. APOIAR A DESCARBONIZAÇÃO DA INDÚSTRIA Quanto a Portugal, o ministro salienta que há que perceber que há áreas da reindustrialização que são essenciais, nomeadamente não só as indústrias tradicionais. António Costa e Silva salientou o esforço de indústrias como as siderúrgicas, as cimenteiras e as petroquímicas, no seu “envolvimento extraordinário no processo de transição energética”. Na opinião do ministro muitas dessas indústrias compreenderam o problema em vez de o hostilizar, pelo que “é muito importante apoiar o centro de descarbonização destas indústrias”. Qual a importância disto? “A descarbonização destas indústrias é parte do processo de transição energética para preservar a base industrial do país e para alinhá-la com o futuro”. E é algo que já está em curso, como aponta o ministro, dando como exemplo a eletrificação dos fornos, do processo de trabalho, e inclusive o tratamento dos resíduos. Isto é importante porque, como lembra António Costa e Silva, “os países industrializados são aqueles que geram mais valor e mais riqueza”. n C M Y CM MY CY CMY K
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