69 ENERGIA passo crucial para alcançar as emissões líquidas de zero. Pela primeira vez, existe a perspectiva segundo a qual, em teoria, o cenário zero líquido (NZE) seria alcançado se todos os projectos na área da descarbonização fossem concretizados dentro do respectivo horizonte temporal. Os esforços iniciais focaram- -se na aplicação da tecnologia de captura ao setor de energia, mas a complexidade, a escala e os custos de eletricidade renovável em declínio impediram o progresso. Além de algumas instalações de demonstração em larga escala, como a Dam 3 no Canadá, o sector progrediu pouco. O renascimento do CCS resulta da constatação de que, enquanto os desenvolvimentos de eletricidade renováveis tornaram o CCS desnecessário para o sector da produção de energia, isso não sucede com a indústria pesada e os produtos químicos. A transição energética e o CCS são as únicas opções viáveis para a rápida descarbonização a custos razoáveis. A indústria pesada alimentada por electricidade é complexa e as redes de eletricidade são insuficientes. Já as alternativas teoricamente possíveis, como o hidrogénio e o bio-metano, são atualmente inviáveis devido à oferta limitada. A economia emergente de hidrogénio também aumenta os CCS através da produção de hidrogénio azul, onde o CO2 é capturado e armazenado durante a produção de gás natural. A tecnologia CCS, geralmente custando 60-120 euros por tonelada, está a tornar-se mais interessante economicamente. O preço do ETS gira em torno de 90 euros por tonelada, e a Lei de Redução da Inflação nos EUA fornece incentivos substanciais. Essas dinâmicas tornam a CCS economicamente interessante, estimulando projectos actuais e futuros. Para que as CCUs se materializem, toda a cadeia de valor deve estar no local - captura, transporte, manuseio de terminais, remessa e armazenamento. Um grande obstáculo continua a ser a falta de especificações padronizadas de CO2. Uma resposta possível é a Smart Policy da EU, que permite definir padrões de referência, tais como: 1. Especificações uniformes de CO2 líquido CCS: Padrões consistentes para CO2 líquido na UE e EEE aumentarão a flexibilidade e a segurança do mercado. 2. Especificações práticas e acessíveis: Os padrões devem ser baseados em ciência e demonstrações sólidas, garantindo que sejam realistas e não excessivamente caros. 3. Cooperação transfronteiriça: Os padrões unificados facilitarão a cooperação transversal, impulsionando avanços tecnológicos e atraindo investimentos. Ao considerar todo o sistema - da captura ao armazenamento - podemos criar uma estrutura que aborda as mudanças climáticas e promove o crescimento e a inovação económica. Um desenvolvimento muito significativo é o facto de a Alemanha ter aprovado projectos de lei para integrar a captura de hidrogénio e carbono na sua rede energética e na indústria, com o objetivo de neutralidade de carbono até 2045. O governo federal prevê capturar entre 34 e 73 milhões
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