50 RENOVÁVEIS AUTOCONSUMO Comunidades de energia renovável: desafios e oportunidades para a democratização energética em Portugal Espera-se que em 2025 e num futuro próximo, com a implementação dos projetos aprovados e dos que estão em curso (sem financiamento), os cidadãos fortaleçam a sua confiança nesta iniciativa e usufruam dos benefícios da partilha de energia, reduzindo não só a fatura de energia elétrica com o comercializador de energia contratado, mas também pelo benefício de outros serviços que possam ser disponibilizados. Paulo Nogueira, Coordenador de Transição Energética da ADENE Apesar das políticas bem-sucedidas para uma descentralização da geração de energia através de fontes de energias renováveis, onde Portugal conta com uma produção anual superior a 43 300 GWh, equivalente a uma potência instalada superior a 19.600 MW (dados de junho 2024 da Direção Geral de Energia e Geologia - DGEG), na verdade, o Autoconsumo Coletivo (ACC) e as Comunidades de Energia Renovável (CER) estão a surgir no mercado de uma forma tímida. No entanto, tanto o ACC como as CER estão neste momento já a exercer uma democratização da energia por permitirem que as infraestruturas e gestão sejam realizadas de forma independente dos comercializadores de energia. Apesar da sua gestão obrigar, na sua maioria, a conhecimentos na área da energia e tempo para gerir as partilhas de energia pelos membros e coordenar a cooperação com as entidades de gestão da rede elétrica (exemplo: Operador da Rede de Distribuição (ORD) e Direção Geral de Energia e Geologia), não é uma tarefa impossível. Para este efeito, é necessário dispor de ferramentas informáticas adequadas, quando necessário, que permitam uma gestão eficiente (exemplo: como gerir um condomínio) e identificar corretamente os associados iniciais para criar robustez e consistência ao longo dos anos.
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