BI333 - O Instalador

30 TENDÊNCIAS AVAC ração. O que isto implica (ou pode vir a implicar)? Que “outros tipos de tecnologia irão passar a ter mais “peso” na quota de mercado em detrimento de tecnologias mais tradicionais”. Nuno Roque tem uma visão mais institucional do que vai mudar no setor AVAC nos próximos anos. Para o responsável máximo da Apirac há três noções que vão estar no centro das preocupações e estratégia europeia. São elas: Ambiente, Eficiência Energética e Qualidade do Ar Interior. Sendo que “as soluções tecnológicas estão a ser desenvolvidas para responder com a maior capacidade ao desafio extremamente exigente que se coloca ao setor e às empresas, em particular”. Na vertente ambiental, como aponta Nuno Roque, há uma mudança para o uso de fluidos mais ecológicos com menor potencial de aquecimento global, que têm emissões de gases de efeito estufa significativamente menores em comparação com fluidos de gerações anteriores. Num esforço para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, os sistemas de ar condicionado estão cada vez mais integrados com fontes de energia renováveis, como a energia solar. Isto permite que o sistema funcione utilizando energia limpa, resultando em emissões de carbono reduzidas e custos de funcionamento mais baixos. O executivo refere ainda que tecnologias avançadas de purificação do ar para melhorar a qualidade do ar interior podem filtrar o pó, os alergénios e os poluentes nocivos, garantindo um ambiente mais saudável. Os sensores e algoritmos avançados otimizam a utilização com base nas condições de ocupação e temperatura, permitindo arrefecer ou aquecer apenas as áreas que o requerem, resultando em níveis de conforto ótimos e num consumo de energia reduzido. Mas há mais. Na questão dos equipamentos há que realçar que os termóstatos inteligentes tornam-se ainda mais sofisticados, integrando-se em sistemas de domótica e utilizando algoritmos de inteligência artificial para aprender as preferências dos ocupantes e ajustar as definições em conformidade. Isto significa quer podem monitorizar e gerir várias zonas, detetar a ocupação, otimizar as programações e até fornecer relatórios de utilização de energia. As unidades de ar condicionado estão também a tornar-se mais elegantes e esteticamente mais agradáveis, integrando-se perfeitamente na arquitetura moderna. Os designs compactos e os materiais inovadores ajudam a minimizar o impacto físico e visual destes sistemas em casas e edifícios. PAPEL DA COMISSÃO EUROPEIA Questionados sobre o papel da Comissão Europeia no futuro do setor AVAC a resposta imediata de António Vieira foi a de que o seu papel passa por “definir os objetivos e depois, através de instrumentos financeiros, apoiar a sua implementação”. A isto Pedro Soares acrescenta que essa mesma regulamentação, infelizmente aumenta a burocracia. No entanto o executivo também esclarece que sem a mesma seria difícil uma redução de práticas pouco eficientes e poluentes. “. O grande papel acaba por ser encaminhar o setor para práticas que possam permitir uma sustentabilidade da sociedade, que seria muito difícil em autogestão”, constata o diretor da Thermosite. Francisco Augusto explica que existe uma pressão sobre os mercados, principalmente nos fabricantes para reduzir tudo o que tem impacto ecológico. Nesse sentido, acrescenta, a Comissão Europeia despoletou tudo o dito acima, descarbonização e a mudança para fluidos com GWP com zero impacto no ambiente e obviamente a melhoria da eficiência. Pelo que “sem dúvida que a Comissão tem e terá um grande impacto no setor”. A convicção do responsável máximo da Trane em Portugal é a de que os impactos serão sentidos inicialmente nas tecnologias aplicadas nos produtos, no entanto, e desta vez, com maiores implicações a nível de projeto, mas principalmente a nível dos serviços de manutenção e assistência técnica. Nuno Roque, por seu lado, tem uma visão mais institucional do papel da Comissão Europeia. O executivo refere que esta assume papel dinamizador e impulsionador da implementação a que os Estados Membros estão obrigados. “Cabe-lhe o papel de assegurar que os objetivos são colocados na ação dos governos e de monitorizar o andamento no cumprimento desses objetivos”, refere, relembrando que este ano houve eleições europeias e alguns processos ficaram “congelados”, como é o caso do Plano de Ação para as Bombas de Calor que no início do ano ficou em espera, a aguardar que o novo executivo europeu assumisse a sua publicação.

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