BI333 - O Instalador

ENTREVISTA 36 MIGUEL CAVIQUE, DA CEST "Em Portugal o crescimento do mercado de chillers e de bombas de calor será mais acelerado que na média da Europa" Alexandra Costa Em conversa com a revista O Instalador, Miguel Cavique abordou as dificuldades que a Europa sentiu no início da década, fruto da escassez de componentes e as consequências para o setor. Hoje essas dificuldades parecem estar ultrapassadas e tudo indica que o setor do ar condicionado está em franca expansão na Europa. O impacto da publicação do Regulamento F-Gas foi igualmente abordado, sendo que "com todas as alterações aos regulamentos de gases, a mudança será constante". Miguel Cavique, proprietário da CEST. Como correu o negócio da CEST em 2023? O ano passado, de 2023, foi um ano de estabilização para a CEST. Como sabem, a CEST dedica-se à comercialização de equipamentos da AERMEC e da TEV. Em 2021 e em 2022 a falta de componentes criou grandes dificuldades na produção de equipamentos. Por falta de micro-chips não havia motores de ventiloconvectores; a produção de chillers parava por falta de cobre; os produtores de compressores falhavam as entregas. Foi um período crítico que felizmente se esbateu em 2023. Toda a Europa teve de refazer as suas cadeias logísticas para depender menos da China. Em particular, arrancaram na Europa fábricas de micro-chips de várias gerações. A Europa fez o erro estratégico de depender de um único produtor- a TSCM (Taiwan Semiconductor Manufacturing) que fazia os semicondutores mais evoluídos do mundo. Por isso a Europa resignou-se a não investir em semicondutores menos evoluídos. E o resultado foi - toda a indústria parou. E o mesmo se passou na indústria automóvel e em muitas outras. Para piorar a situação, em fevereiro de 2022 há a invasão da Ucrânia e o embargo ao gás Russo. Aí mostrou-se a dependência estratégica da Europa do gás Russo. A resposta foi o Repower EU que em particular aposta no aquecimento a partir de bombas de calor. Com todos estes problemas, a Europa tem tido uma reacção de adaptação muito rápida. E de igual modo as fábricas. A AERMEC diversificou os fornecedores e garantiu entregas de componentes electrónicos. Na CEST, optou- -se por fazer stocks elevados de ventiloconvectores e de

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