ENTREVISTA PRM - Bomba de Calor modular a R290. PRMs em sequência (paralelo). 39 Estas foram talvez as soluções de inovação que mais frutos deram. Mas houve muitas mais, como os Marstair para garrafeiras e salas de baixa temperatura. Fazemos sempre parte da solução. Várias vezes nos procuram com problemas difíceis – digo sempre à equipa: ainda bem! – "se fosse simples não eram precisos engenheiros". Além disso, temos apresentado anualmente ideias de resolução de problemas concretos nos nossos Seminários. Lembro-me de fazermos há muitos anos uma primeira avaliação de consumos de energia com o EnergyPlus, quando ainda não existia o DesignBuilder. Mais tarde, fizemos avaliações do funcionamento de máquinas multifunções a 4 tubos, o papel do ar novo para reduzir o uso de energia, o fotovoltaico e o seu papel em edifícios nZEB. Mais recentemente, temos discutido problemas de estratégia de energia. Temos de actuar no dia a dia com uma visão global. E a inovação no mercado? O mercado da climatização é muito exigente. O nível de conhecimento, de exigência e de preparação é muito maior do que existia há 20 anos. O mercado está constantemente a inovar, sobretudo na resposta das fábricas às exigências das directivas EcoDesign e F-Gas. O esforço de projeto de hoje não se compara com o de há 20 anos. Do lado dos fabricantes, as marcas estão em permanente evolução, e a tendência é a utilização de sistemas a água. Por isso as grandes marcas internacionais vêm para a Europa e compram marcas com sistemas a água. Isso pode acontecer com a AERMEC? Não é provável. Mal comparado, a AERMEC funciona como o Nabeiro em Campo Maior. Já existiram propostas com o triplo do valor e foram recusadas. A AERMEC tem um compromisso sério com as pessoas. É brio na AERMEC falar de uma família AERMEC ancorada na família Riello, a família dona da empresa. É um win-win a prazo. A AERMEC ganha na medida em que todos os funcionários e parceiros de negócio também ganhem. Hoje a AERMEC é uma firma internacional com peso crescente nos EUA e Canadá, Médio e Extremo Oriente. Diz-se que é internacional, não multinacional - o modo de funcionamento internacional é o mesmo que ao nível local – pessoas. Como vê o futuro da climatização? Os principais desafios são os mesmos de há muitos anos – garantir o conforto e a qualidade do ar interior, mas com restrições crescentes em termos de energia e de ambiente. Iremos assistir nos próximos anos a grandes mudanças no fabrico de chillers e de bombas de calor. Muito provavelmente, os gases refrigerantes do futuro serão outra vez naturais, como já foram no sec. XIX. É um “back to the future” no mercado de refrigeração. Será usado o CO2 , o propano, talvez o butano, o amoníaco e outros gases. Na literatura científica já se pesquizam refrigerantes sem Fluor que dêem resposta às necessidades de gases com baixo GWP. O meu optimismo epistemológico diz-me que irão aparecer. Além disso, as novas soluções de climatização terão de ser progressivamente mais eficientes. Imposições em eficiência e alterações nos refrigerantes obrigam a uma abordagem diferente nos projectos e nas obras de AVAC. O AVAC existe em parte porque vivemos concentrados. As grandes cidades de todo o mundo ainda preferem ter um centro. Um dia teremos de viver de forma diferente, mais descentralizada. Talvez no final deste século. n
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