BI303- O Instalador

16 REABILITAÇÃO URBANA logo de 16,3% e 4,0%, respetivamente. Em 2020, o ano terminou com uma queda de 5,5%, mas, em agosto pas- sado, já se apurava um crescimento de 1,7%, em termos homólogos. A explicação para estes números, para o presidente da AICCOPN, assenta no facto de “possuirmos um importante conjunto de fatores estruturais, que nos tem permitido manter a atratividade, enquanto destino de investimento, designadamente um território com elevado potencial, diversidade e um património histórico e cultural único, uma oferta imobiliária sólida, comqua- lidade e um ambiente social que nos distingue”. A que se junta, claro, a con- juntura histórica de taxas de muito baixas e ainda de pouca “atrativi- dade dos produtos oferecidos pela banca”. A par de tudo isto há, ainda, a acrescentar as medidas promovidas pelo Governo, como os vistos gold, que “foram um relevante contributo para colocar Portugal em destaque”. EFEITO PANDEMIA Curiosamente, se em termos de saúde e vidas humanas a pandemia foi um revês na sociedade portuguesa, o mesmo não se pode dizer em termos da reabilitação urbana. Isto porque as obras não foram suspensas em resultado das medidas de confina- mento. É certo que houve casos de contágio – devidamente comunica- dos, nomeadamente em ambientes de estaleiros ou de construção, mas, refere o bastonário, foram em número relativamente reduzido, para além de terem sido controlados. Mais impor- tante, acrescenta Carlos Mineiro Aires, é o facto de, durante a pandemia, os investimentos terem prosseguido, “e o sinal mais forte é que neste momento estamos a assistir à inauguração ou entrada em funcionamento de muitos empreendimentos que foramconstruí- dos durante este período conturbado”. “De acordo como Barómetro AICCOPN da Reabilitação Urbana, e após um ano de 2020 que terminou com uma queda, em termos homólogos, de 10,1%, no mês de setembro, o nível de atividade das empresas na rea- bilitação registava um crescimento de 11%, encontrando-se a crescer de forma sustentada desde abril”, constata o presidente da AICCOPN. A análise dos números permite concluir que, se houve um impacto inicial negativo, este rapidamente se dissipou, com o setor a recuperar a tendência de “crescimento e consolidação”. INVESTIMENTO VERSUS RETORNO DO INVESTIMENTO A Europa é um continente velho. Diga-se comhabitações muito antigas que, claro, não cumprem as exigên- cias atuais de eficiência energética. A grande questão é que, para fazer todas as reabilitações necessárias, é necessário não só tempo e pessoas, mas, e principalmente, dinheiro. Muito dinheiro. 25 mil milhões de euros, adianta Carlos Mineiro Aires, tendo por base um estudo feito pela FCT. “Valor a repartir entre o Estado e as famílias, para reabilitar os edifícios de primeira habitação e garantir o seu conforto, interessando recordar que Portugal se encontra no quarto pior lugar a nível europeu no que respeita ao conforto térmico das habitações, pois somos um país onde ainda se morre de frio ou de calor”, acrescenta o bas- tonário. Basta pensar que 3 em cada 4 casas não cumprem as exigências de comportamento térmico, pois são desconfortáveis ou insalubres. Manuel Reis Campos dá outro número. "Sabiam que há em Portugal 560 mil habita- ções sem aquecimento disponível?" Dito isto, sim. Reabilitar todas estas habitações implica muito dinheiro. No entanto, para o presidente da AICCOPN o retorno é evidente. Não só em termos sociais, como da pró- pria competitividade e atratividade do território. “Basta pensar na atual evolução dos preços da energia e tor- na-se claro que, mais do que nunca, é prioritário encontrar soluções que, de igual modo, se enquadrem nos objetivos estabelecidos em matéria de sustentabilidade”, acrescenta. Portugal tem 560 mil habitações sem aquecimento disponível. Além disso, 3 em cada 4 casas não cumprem as exigências de comportamento térmico, pois são desconfortáveis ou insalubres, indica um estudo da FCT Carlos Mineiro Aires, bastonário da Ordem dos Engenheiros.

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