BI303- O Instalador

38 TECNOLOGIA BIM E KNX O responsável abordou a temática de integração de sistemas e o futuro no âmbito da legislação. "Atualmente estamos a evoluir para umecossistema que gravita à volta dos sistemas de automação e controlo e que já não são as nossas áreas de origem. Por exemplo, estamos a ser mensalmente contactados por empresas de grandes edifícios de escritórios que querem saber onde é que estão as pessoas den- tro do edifício. Com o teletrabalho, isto tornou-se essencial. Um caso comum é o facto de podermos estar a clima- tizar zonas que estão completamente desocupadas. Estar uma pessoa ou 50 num openspace, por exemplo, é completamente distinto. Omesmo se passa com salas de reunião", explica. Francisco Pombas refere que o futuro da automação - que é hoje - vai estar centrado em grandes bases de dados de informação, com o Big Data e a Internet das Coisas. "O futuro vai ser algo que terá uma nuvemde sensores e atuadores ligados numa rede IP, e temos algures um ser- vidor, que faz a automação do edifício". Sobre a legislação, nomeadamente o SACE - Sistemas de Automação e Controlo do Edifício, o responsável recordou que para edifícios acima de 290 kW de potência térmica temos de ter obrigatoriamente um sistema de gestão técnica centralizada (até janeiro de 2021 da Classe B e a partir de 1 de janeiro da Classe A). Recorde-se que os sistemas SACE desempenham um novo papel no contexto dos edifícios digitais, pas- sando dos tradicionais sistemas de Gestão Técnica Centralizada (GTC), desenhados para controlar e moni- torizar as instalações técnicas, como a climatização, ventilação, AQS, ilumina- ção, energia, etc., para um conceito de Edifício Inteligente, com uma partilha de dados mais abrangente, suporta- dos no uso das redes IP e na ligação a dispositivos IOT. O novo SCE resulta da transposição da EPBD de 2018, sendo que agora, na necessidade de um projeto de GTC, há a obrigatoriedade de se aplicar a norma EN15232, designadamente a classe B que implica a existência de sistemas de GTC mais avançados. Nos edifícios existentes commais de 290kW (Potência Térmica combinada com Potência de Ventilação), decor- rente da Diretiva EPBD de 2018, passa a ser obrigatória a implementação de sistemas SACE até 31 de dezem- bro de 2025. Sobre este tema, debruçou-se Rui Fragoso, da ADENE, tendo abordado precisamente a SACE e a nova regu- lamentação portuguesa. O responsável da ADENE deu ainda a conhecer a importância da Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios (ELPRE), os apoios à renova- ção energética no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) bem como o Indicador de Aptidão para Tecnologia Inteligente (SRI). Recorde-se que a revisão de 2018 da Diretiva EPBD foi ainda mais longe na promoção das tecnologias que pro- movem a eficiência energética e o aumento da sensibilização para os benefícios do conceito de Edifícios Inteligentes, em particular através do estabelecimento de um Indicador que mede o estado de preparação de um edifício para utilizar novas tecnologias: o SRI (Smart Readiness Indicator). Este indicador permitirá avaliar a pron- tidão dos edifícios quanto à capacidade de utilizar sistemas inteligentes para adaptar sua operação às necessidades dos ocupantes, otimizando também a eficiência energética e o desempe- nho geral, bem como adaptar a sua operação em função da rede (flexi- bilidade energética). CIDADES INTELIGENTES, MOBILIDADE E GESTÃO DO TERRITÓRIO Sobre o tema das cidades inteligentes, destaque para a intervenção de Miguel Castro Neto, da NOVA Information Management School (NOVA IMS) da Universidade Nova de Lisboa, que abordou a digitalização e falou da necessidade de as cidades aposta- rem cada vez mais em tecnologia para estarem ao lado da evolução. É, pois, através desse desenvolvimento digital que nascem as chamadas “cidades inteligentes”, com mais inovação e melhor desempenho. Francisco Pombas, da Domotica SGTA.

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