BI304 - O Instalador

63 RENOVÁVEIS | FOTOVOLTAICO perturbam de forma muito relevante os ecossistemas naturais. No gráfico da figura 2 é evidente que a demanda global por energia primária cresce de forma muito consistente. Nas energias de origem fóssil observamos uma tendência (que devemos sinalizar como benéfica por representar menores emissões de carbono por cada unidade de energia produzida) para a transladação da dependência do carvão e do petróleo para o gás natural. Mas, mais importante do que isso é observarmos que, para as renováveis substituírem integralmente as energias de origem fóssil, a tarefa será gigantesca. Pois não se tratará unicamente de descarbonizar a produção de eletricidade que hoje é consumida, será necessário tambémdescarbonizar a indústria, os serviços e os transportes. Efetivamente, a transição energética implica que, pelomenos as nossas emissões de gases com efeitos de estufa (e não será só o dióxido de carbono resultante da queima de combustíveis fósseis), sejam compensadas pelos sumidouros naturais, tais como são as florestas e os oceanos. Sabemos que as florestas absorvem anualmente cerca de 30% [3] das nossas emissões de CO2. Isto significa que, para garantirmos a neutralidade carbónica, teremos que reduzir emmais de 70% as nossas emissões anuais de dióxido de carbono. A produção de energia térmica para climatização ou para certas atividades industriais poderá ser parcialmente colmatada pela aplicação de biomassa (resíduos florestais, estilha, pellets, carvão vegetal, biogás, etc.). Mas existem imensas outras atividades, tanto na indústria como nos transportes, onde a substituição dos combustíveis fósseis dificilmente se poderá fazer através de uma substituição direta de uma forma de energia por outra. É aqui que entra a necessidade de se desenvolver um veículo energético que nos permitirá converter qualquer forma de energia (nomeadamente renovável) em formas de energia que facilmente poderão ser usadas na indústria, nos transportes e emmuitas outras atividades humanas. Esse veículo energético, pela sua versatilidade, é a eletricidade seguramente. Como podemos ver na figura 3, a produção de eletricidade, nos últimos 45 anos, cresceu mais de 4 vezes. Mas é evidente que a dependência da sua produção nos combustíveis fósseis continua extremamente relevante. Efetivamente, o consumo atual de energia elétrica não representa mais de 16% de toda a energia consumida pelas atividades humanas, mas 74% desse total é proveniente de combustíveis fósseis (principalmente do carvão e do gás natural). Por esta proporção e como referimos anteriormente, o esforço de descarbonização será verdadeiramente desafiante. Se assumirmos que teremos de transferir mais de 70% das nossas emissões para uma produção limpa (para pelo menos garantirmos um balaço de carbono neutro), então cerca de 13.500 MTEP por ano terão de ser conseguidos a partir de fontes renováveis ou outras fontes que não representem emissões de gases com efeitos de estufa. Regressando ao modelo do espaço ocupado pelo fotovoltaico, que usamos anteriormente para representar a implantação de fontes de energia limpa, esta neutralidade será o equivalente a cobrir uma área geográfica, que sensivelmente corresponderá ao dobro da área ocupada por todas as cidades do mundo, com parques fotovoltaicos. Por esta comparação podemos perceber que o impacto de um empreendimento dessa natureza será ainda bastante apreciável. E se se Figura 2. Evolução do consumo global de energia, desagregado por tipo de energia (unidades de energia em TWh) [2]. da descarbonização da nossa civilização, mas estas, pela sua elevada diluição na superfície do planeta, obrigam sempre a que sejam ocupadas extensões geográficas consideráveis, competindo desta forma com outras atividades humanas relevantes e, mais importante ainda, perturbam de forma muito relevante os ecossistemas naturais. Figura 2. Evolução do consumo global de energia, desagregado por tipo de energia (unidades de energia em TWh) [2]. No gráfico da figura 2 é evidente que a demanda global por energia primári r sce de form muito consistente. Nas energias de origem fóssil observamos uma tendência (que devemos sinalizar como benéfica por representar menores emissões de carbono por cada unidade de energia produzida) para a transladação da dependência do carvão e do petróleo para o gás natural. Mas, mais importante do que isso é observarmos que, para as renováveis substituírem integralmente as energias de origem fóssil, a taref erá gigantesca. P is não se tratará unicamente de descarbonizar a produção de eletricidade que hoje é consumida, será necessário também descarbonizar a indústria, os serviços e os transportes. Efetiv mente, a transição energética implica que pelo menos as nossas emissões de gases com efeitos de es ufa (e ã será só o dióxido de carb no result nte da q eima e combustíveis fó seis) sejam compensadas pelos sumidouros naturais, tais como são as florestas e os oceanos. Sabemos que as floretas absorvem anualmente cerca de 30% [3] das nossas emissões de CO2. Isto significa que, para garantirmos a neutralidade carbónica, teremos que reduzir em mais de 70% as nossas emissões anuais de dióxido de carbono. A produção de energia térmica para climatização ou para certas atividades industriais poderá ser parci lmente colmatada pela aplicação de biom ssa (r íduos florestais, estilha, pellets, carvão vegetal, biogás, etc.). Mas existem imensas outras atividades, tanto na indústria como nos transportes, onde a substituição dos combustíveis fósseis dificilmente se poderá fazer através de uma substituição direta de uma forma de energia por outra. É aqui que entra a necessidade de se desenvolver um veículo Figura 3. Evolução do consumo global de energia elétrica, desagregado por tipo de fontes (unidades de energia em TEP) [1]. energético que nos permitirá converter qualquer forma energia (nomeadam nte renovável) em formas de energia que facilmente poderão ser usadas na indústria, nos transportes e em muitas outras atividades humanas. Esse veículo energético, pela sua versatilidade, é a eletricidade seguramente. Como podemos ver na figura 3, a produção de eletricidade, nos últimos 45 anos, cresceu mais de 4 vezes. Mas é evidente a dependência da sua produção nos combustíveis fósseis continua extremamente relevante. Figura 3: Evolução do consumo global de energia elétrica, desagregado por tipo de fontes (unidades de energia em TEP) [1]. Efetivamente, o consumo atual de energia elétrica não representa mais de 16% de toda a energia consumida pelas atividades humanas, mas 74% desse total é proveniente de combustíveis fósseis (principalmente do carvão e do gás natural). Por esta proporção e como referimos anteriormente, o

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