BI309 - O Instalador

ENTREVISTA 52 por continuar a divulgar a Passive House para o público geral, continuar a fazer crescer o número de profissionais e técnicos com formação Passive House e por trabalhar junto das universidades com atribuição de bolsas para a formação oficial Passive House e no desenvolvimento de teses e investigação sobre a Passive House. Nos diferentes cursos oficiais Passive House já temos mais de 500 formandos em Portugal, já é uma amostra interessante, mas ainda há muito trabalho para generalizar o conceito junto dos construtores, dos técnicos e projetistas. Já são muitas as empresas a entrarem em projetos Passive House. Como tem sido essa aproximação empresarial ao conceito? Essa foi uma das principais preocupações desde o início, estabelecer e fortalecer a ligação aos fabricantes e detentores de sistemas. Eles são um dos pilares da rede Passive House em Portugal. Temos como parceiros, empresas multinacionais onde a Passive House já está no seu core nas ‘casas-mãe’ mas tambémmuitas empresas nacionais a apostarem na diferenciação através da Passive House. Temos já alguns componentes Passive House certificados de empresas portuguesas. Este envolvimento dos parceiros é benéfico para todas as partes porque finalmente começa a haver a valorização, tecnicamente fundamentada, dos bons componentes construtivos e porque os parceiros são também um privilegiado veículo de disseminação da Passive House. O conforto durante todo o ano é uma caraterística fundamental dos projetos Passive House. Para tal, o planeamento de um projeto é essencial para obter a qualidade pretendida a este nível. É difícil? Em que medida? A ideia de conforto está inerente à ideia de uma Passive House e podemos integrá-la no conceito mais alargado de qualidade do ambiente interior. Estamos a falar de conforto térmico em toda a sua dimensão, não só a temperatura operativa, mas também a ausência de assimetrias relevantes entre a temperatura operativa e as temperaturas superficiais no compartimento e a ausência duma elevada estratificação da temperatura em altura no compartimento. Mas também falamos de conforto acústico e de boa qualidade do ar. E esta qualidade do ambiente interior é um dos principais aspetos para avaliar o desempenho de um edifício. Outro é a quantidade de energia necessária para operar o edifício e assegurar essa qualidade do ambiente interior. E a otimização do desempenho ocorre, sobretudo, ao nível do projeto e das primeiras opções tomadas no projeto de arquitetura. Para além dos cinco pilares da Passive House (isolamento adequado, boas janelas, minimização das pontes térmicas, estanquidade ao ar da envolvente do edifício e ventilação mecânica com recuperação de calor) há ainda outras estratégias de projeto para otimizar o desempenho como a simplicidade, e a orientação do edifício. Dada a realidade do setor da construção em Portugal, diria que o maior desafio está em alcançar o requisito da Habitação unifamiliar, Ílhavo.

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