BI299 - O Instalador

A VOZ DA QUERCUS 42 das mesmas pelos serviços dos ecos- sistemas enquanto sumidouros de CO 2 , não esquecendo nunca as desigual- dades sociais e territoriais. É neste ponto que as políticas de ges- tão florestal, conservação da natureza e das florestas nativas, o combate à des- florestação e todas as consequências associadas, deverão ser consideradas tão prioritárias como a eletrificação, a promoção das energias renováveis ou a redução da emissão e GEE. Sabemos que aqui a transição energé- tica e a digitalização terão de assumir umpapel fundamental, acompanhando as tendências mundiais, não só no setor da mobilidade, como no setor industrial, através da substituição de infraestruturas e equipamentos com maior pegada carbónica por opções alternativas, que do ponto de vista das emissões de GEE são considera- das muito menos impactantes. Mas apostar na transição para uma mobi- lidade sustentável implica muito mais do que apenas a eletrificação do setor automóvel, implica a promoção e o incentivo de melhores respostas de mobilidade coletiva, como por exemplo a ferrovia, ou a oferta de condições que incentivem verdadeiramente o uso e o recurso a soluções menos poluentes, como a mobilidade ativa ciclável ou pedonal, através de conforto, segu- rança e qualidade. Ora, a Lei de Bases do Clima que todos esperamos que atue no combate às alterações climáticas trará também a mudança na vida das populações, nos modelos produção, nos hábitos de consumo ou mesmo na forma como compramos, mais robusta do ponto de vista da análise do ciclo de vida dos produtos e dos materiais, mas tam- bém que seja assente numa gestão e planificação da forma como usamos os recursos, evitando o desperdício, e o descarte semqualquer recuperação. Contudo, estes novos caminhos poderão ser tortuosos e perigosos, na medida em que poderá assumir-se uma transferência dos atuais impactes ambientais para outras localizações, assim como para outros modelos de extração e indústria, como 'chapéu' da sustentabilidade, para os quais teremos todos que estar muito atentos, para não voltar a ummodelo semelhante ao atual, mas com outra 'roupagem'. Não podemos nunca esquecer que o Ambiente não tem fronteiras e que, a longo prazo, qualquer realidade acabará sempre por revelar os seus impactes negativos. n Os principais efeitos das alterações climáticas far-se-ão sentir nas gerações futuras e nos países mais pobres, pelo que é fundamental preparar um diploma que assuma como objetivo a adoção de políticas transversais e globais, intergeracionais e intrageracionais, enquadrada nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pelas Nações Unidas

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