BI308 - O Instalador

REABILITAÇÃO URBANA 66 "A transformação estrutural do setor e a denominada 'Construção 4.0' está em curso, é determinante para o nosso futuro", diz Reis Campos. Foto: Ana Clara. é mais do dobro do valor mais elevado que alguma vez foi registado, cerca de 3 mil milhões. E, simultaneamente, enfrentamos problemas como a falta de mão-de-obra qualificada e, recordo, está identificada a necessidade de 80 mil trabalhadores no setor, bem como a subida anómala de preços que referi anteriormente. Porém, e como temos afirmado, se forem tomadas as medidas adequadas e criadas as condições para desbloquear os obstáculos operacionais e administrativos que possam entravar o investimento, a execução do PRR não estará em causa o setor saberá, como sempre soube, estar à altura dos desafios. As empresas têm apostado, nos últimos anos, em tecnologias e digitalização do setor - muito se tem falado na Construção 4.0. Isso já está a ser decisivo para a resiliência do mercado? Sim, os investimentos em processos, materiais e sistemas construtivos mais produtivos e mais inteligentes e sustentáveis, e na digitalização, em domínios como o BIM, Building Information Modelling, a Internet das Coisas, a Sustentabilidade e a eficiência na utilização de recursos, e a construção industrializada, permitem ganhos de eficiência que são particularmente relevantes no atual contexto de subida anómala dos preços das matérias- -primas, da energia e dos materiais de construção. É uma realidade que está presente e que se irá intensificar no Setor, e permite aumentar a resiliência de todo o setor. No entanto, também é preciso ter presente que, perante um contexto excecional de subidas de preços completamente anómalas e de uma completa disrupção das cadeias globais de produção e distribuição, sejam necessárias medidas excecionais e transitórias, como as que defendemos, para salvaguardar as empresas. A transformação estrutural do setor e a denominada 'Construção 4.0' está em curso, é determinante para o nosso futuro, mas não poderá resolver, no imediato, estes problemas conjunturais que o mundo está a enfrentar. De que forma a AICCOPN tem ajudado e acompanhado este segmento de mercado? Que desafios e constrangimentos terá pela frente? A AICCOPN acompanha e apoia, permanentemente, a atividade das empresas em todos os segmentos de mercado em que estas estão presentes e, atendendo à sua relevância e especificidade, a Reabilitação Urbana é um domínio que integra a nossa ação de uma forma muito concreta. Criámos uma marca orientada para este mercado, R.U.-I.S. | Reabilitação Urbana Inteligente e Sustentável, que permite qualificar e promover as empresas, sensibilizar o público em geral para a importância de contratar empresas qualificadas e, de igual modo, apoiar a sua capacitação. Por exemplo, neste momento está a decorrer um ciclo de sessões 'Cidades Inteligentes e Construção 4.0', em formato digital e que aborda temas como as tecnologias e as soluções digitais na construção, incluindo o BIM, as construções e edificações inteligentes ou a ciência e tecnologia da reabilitação. Estas são áreas que exigirão um grande esforço de transformação e modernização da atividade, que é um desafio incontornável, mas que tem de ser apoiado, quer ao nível dos investimentos na melhoria dos processos produtivos das empresas, quer ao nível da qualificação dos recursos humanos, domínio onde a formação profissional e, em particular, os centros de formação de excelência do nosso setor, designadamente o CICCOPN e o CENFIC, devem desempenhar um papel fundamental. Constrangimentos como a falta de mão de obra ou as atuais pressões inflacionistas são questões conjunturais que não podem colocar em causa um novo ciclo económico que o País precisa e que tem de colocar as empresas e a competitividade no primeiro plano, com o nosso setor a assumir um papel decisivo para o cumprimento desse objetivo fundamental.n

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