Contudo, a internacionalização tem de continuar a ser a prioridade», nunca esquecendo «a diversificação e volume de vendas», de forma a permitir «um leque cada vez mais amplo de clientes internacionais». Também Paulo Cabral, responsável pelo Gabinete de Relações Institucionais do IEP - Instituto Electrotécnico Português, aborda a temática bem como as exportações neste sector.
Texto: Ana Clara
Modesto Castro, presidente da AIPI, começa por referir que a economia portuguesa «está hoje novamente a atravessar um bom momento com o imobiliário a registar um ímpeto provocado pelo turismo e pelos aumentos do crédito à habitação pelos bancos».
«Existem assim boas perspectivas para a fileira casa no curto/médio prazo no mercado nacional. Também o mercado espanhol tem recuperado nos últimos anos e a prova disso é a aposta novamente na presença em feiras espanholas por parte das nossas empresas, particularmente nas feiras de Valência e Saragoça», sublinha.
O responsável salienta que o mercado nacional da iluminação «tinha vindo a sofrer nos anos pós 2009 uma enorme contracção como todos os sectores ligados à fileira casa. O retalho praticamente desapareceu e o que continua a dar bons frutos é a área de projectos. Os projectos são, contudo, bastante mais trabalhosos de conseguir exigindo uma extensa rede de networking e resultam em encomendas de menor volume por cliente. Mas é neste segmento que se encontra maior valor acrescentado e por isso existe uma aposta grande das empresas nesta área».
Apesar das perspectivas razoáveis do mercado nacional, «a internacionalização das nossas empresas terá que continuar a ser um desígnio de todos pois o crescimento sustentado só é possível se alavancado pela diversificação e volume de vendas permitido por um leque cada vez mais amplo de clientes internacionais».
Modesto Castro diz que a AIPI tem feito um enorme esforço no que toca ao processo de internacionalização das empresas do sector.
«Temos contribuído para a abertura de portas a novos mercados, dentro e fora da Europa, promovendo a participação nas maiores feiras europeias de iluminação e da fileira casa bem como em missões empresariais a mercados extracomunitários (México, EUA, Angola, Moçambique, Dubai, etc.), apostando em estudos de mercado e benchmarking para o sector, desenvolvendo através de parcerias acções de formação e iniciativas para aquisição de novas competências pelas empresas nas áreas da comunicação e marketing, desenvolvimento de produto, etc.».
Um dos problemas do sector, vinca, «continua a ser a falta de mão de obra especializada e urge que as entidades formadoras do país redireccionem as formações gerais e abstractas para a aprendizagem de competências específicas e imediatamente úteis às empresas e que garantem ao mesmo tempo uma rápida empregabilidade aos formandos».
No que respeita à internacionalização do sector, «o maior handicap é a falta de escala das empresas; uma vez que o tecido empresarial português é particularmente avesso a fusões e aquisições, a internacionalização deste tipo de empresas terá que passar forçosamente pelo estabelecimento de parcerias que permitam gerar sinergias particularmente a nível de promoção e comunicação e é para fazer essa ponte que entra a AIPI».
«A mensagem que tentamos passar na nossa comunicação internacional é a da nossa flexibilidade e soluções à medida. Não podemos obviamente competir internacionalmente pelo preço nem pelas quantidades pelo que a nossa diferenciação reside na rapidez de resposta às encomendas, na produção de peças únicas feitas à medida de cada cliente, em produções limitadas de valor acrescentado», sustenta.
Para o presidente da AIPI, a presença nas feiras internacionais «é fulcral, uma vez que continuam a ser a principal ferramenta de venda para as empresas do sector permitindo não só o contacto pessoal com os clientes existentes mas principalmente na obtenção de novos contactos e de novas oportunidades junto de novos clientes».
«Os resultados do sector reflectem esse esforço pois a respectiva quota exportadora passou de pouco significativa no final dos anos 90 para se encontrar hoje acima dos 60%», acrescenta.
Modesto Castro relembra que, em 2018, a AIPI irá organizar participações colectivas de empresas portuguesas às feiras Maison & Object em Paris (Janeiro e Setembro), Light & Building em Frankfurt (Março) e Valência (Setembro).
A associação vai ainda efectuar uma Missão Empresarial ao Dubai, onde aproveitaremos para visitar a feira Hotel Show, em Setembro.
(continua)
Artigo publicado na edição impressa de Março de 2018, no âmbito do dossier Electricidade, dedicado ao tema da Iluminação.
Caso queira aceder à versão integral, solicite a edição, e contacte-nos através do telefone 21 761 57 20 ou do e-mail oinstalador@gmail.com.
oinstalador.com
O Instalador - Informação profissional do setor das instalações em Portugal