O ponto de partida desta tourné nacional será na Biovilla, em Palmela, nos dias 6, 7 e 8 de Abril; seguindo para o Agro-Turismo Quinta da Fonte, em Figueiró dos Vinhos, nos dias 13, 14 e 15 de Abril; depois subirá ao Projecto Agroecológico Soajo, no Gerês, nos dias 20, 21 e 22 de Abril; e terminará em São João de Ver, em Santa Maria da Feira, nos dias 27, 28 e 29 de Abril.
As três primeiras formações - em Palmela, Figueiró dos Vinhos e no Gerês - são Cursos de Introdução à Agrofloresta de Sucessão. Serão apresentados os conceitos básicos de implantação e manejo de um sistema agroflorestal, essenciais para o planeamento e manutenção da produção: estratos, sucessão, cobertura de solo e consociações. Será feita a implantação de um projecto com preparação de solo, cobertura do solo e plantio e demonstração e aplicação prática de técnicas de poda e manejo da área nas diferentes fases.
A última formação, em Santa Maria da Feira, corresponde a um Curso Avançado onde serão aprofundadas algumas técnicas e conhecimentos aplicados a uma agrofloresta com dois anos de existência. Inicialmente será feito um diagnóstico da área de estudo e a compreensão dos processos de sucessão in loco antes de ser implantada a nova área.
Ao longo do curso serão aprofundadas técnicas de poda, manejo de agrofloresta e dos conceitos de sucessão, estratificação e consociação.
Os cursos serão facilitados por Namasté Messerschimdt, discípulo de Ernst Götsch há 18 anos, consultor agroflorestal e instrutor de cursos de iniciação e avançados de Agricultura Sintrópica, que está ligado aos mais importantes projectos brasileiros nesta área como o Cooperafloresta, o Assentamento Mário Lago, o Agroflorestar, o Instituto Oca e a Fazenda da Toca.
O Sistema Agroflorestal de Sucessão, também conhecido como Agricultura Sintrópica, foi desenvolvido pelo suíço Ernst Götsch, inspirado na forma como as florestas se desenvolvem, e é hoje uma das técnicas de plantação mais viáveis do ponto de vista ambiental, social e económico.
O plantio é feito de forma sincronizada com espécies agrícolas (hortícolas e frutíferas) e espécies florestais. A plantação em alta densidade e diversidade só é possível graças à utilização de espécies de ciclo de vida curto, médio e longo, ocupando todos os estratos de uma floresta (rasteiro, baixo, médio, alto e emergente). Respeitando estes princípios optimiza-se o aproveitamento da luz do sol, dos recursos hídricos e garantem-se plantações agrícolas mais produtivas.
Marina Zimmerman, da Reflorestar Portugal, explica a urgência deste tipo de iniciativas: «todos os anos incêndios deflagram de Norte a Sul do país, sendo agravados por condições climáticas, geográficas, pela falta de meios e estratégias associadas a um mau planeamento e fraca prevenção, que vai além da limpeza dos terrenos. As florestas são as grandes sustentadoras do ciclo da água e da biodiversidade. Quando elas desaparecem, o clima e as chuvas mudam, perde-se riqueza genética e gera-se escassez de recursos. É alarmante que 58% do território português já seja considerado árido. Acreditamos que os Sistemas Agroflorestais e a Permacultura são as principais ferramentas para travar e inverter esta espiral involutiva e degenerativa em que nos encontramos, tanto a nível ambiental, humano, espiritual, como social e económico. É neste contexto que a Reflorestar Portugal promove estes cursos de Agrofloresta de Sucessão, numa tentativa de dar a conhecer técnicas de cultivo mais eficazes e indicadas para fazer frente às alterações climáticas».
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