Conforme foi explicado, de forma geral, no artigo precedente, o Projecto é, de certa forma, modelar e experimental para Portugal. Não temos conhecimento de outro que envolvesse diferentes meios técnicos visando, de forma integrada, o objectivo comum poupança energética.
Assim, projectámos, montámos e pusemos em funcionamento:
Falando então especificamente da instalação de cogeração cujo princípio de funcionamento, consiste na produção de energia térmica através do arrefecimento de um sistema motor-gerador, accionado a partir de gás natural, com produção em contínuo de energia eléctrica.
As premissas de partida ficaram assim:
Face à realidade dos equipamentos disponíveis, determinou-se que as potências a considerar para o cogerador deveriam ser de 42kW - Térmicos / 20 kW - Eléctricos. Ou seja, um dimensionamento “micro”.
Dada a existência preliminar de quatro caldeiras ROCA de 125 kW, o sistema que queríamos instalar seria complementar destas e deveria articular-se com os sistemas já instalados da forma mais simples possível e nos espaços existentes.
Sem entrar em grandes detalhes técnicos - mas pondo-me desde já à disposição para todos os esclarecimentos que queiram os mais interessados ter – o nosso caderno de encargos indicou que o sistema deveria ser tipo “plug and play”, produzir água quente que interagisse sem problemas com a instalação de aquecimento existente, o que significa a micro-cogeração produzir (e modular) a injecção de água quente no referido sistema existente, e ainda fazer a gestão do funcionamento das caldeiras.
O mesmo com o sistema eléctrico, embora a modulação seja “Heat-Controlled Mode” (HCM) no caso, dada a baixa potência do sistema de geração, não se poriam problemas de equilíbrio daquela e sim de garantia de que as frequências se equilibrariam e não existiriam injecções desproporcionadas de energia reactiva.
Tudo isto foi conseguido.
Em traços gerais, da nossa experiência na Faculdade e Direito, com a implementação de algumas medidas de Eficiência Energética, é possível concluir não só a importante redução de 22% no consumo de gás natural no 1º trimestre de 2020 mas, também, concluir que a Co-geração é capaz de suprir praticamente todas as necessidades de calor, uma vez que foi responsável por 85% do consumo total de gás natural da Faculdade de Direito.
Como parâmetros (conservadores) de base, podemos indicar que para cada 61,1 kWh de gás natural comprados à rede (100 %), conseguimos produzir 38,7 kWh HCV (63 %) de energia térmica para a rede de aquecimento interno e 20 kWh (33 %) de energia eléctrica a serem consumidos na Faculdade (e 2,4 kW de perdas, ou seja um rendimento de 96% sobre a energia entregue).
Tendo em conta as Tarifas de Energia que a Faculdade de Direito está actualmente a pagar, podemos afirmar que toda a eletricidade Co-gerada sai ao custo da compra da Eletricidade em Super-Vazio.
Em termos ambientais e em termos de pegada carbónica, podemos também afirmar a enorme redução do consumo de Energia Primária de Faculdade de Direito.
No que diz respeito ao retorno do investimento e tendo em conta as Tarifas de Energia da Faculdade de Direito, estima-se um prazo para retorno do investimento inferior a 6 anos.
Julgamos que a solução é interessante para pequenas ou médias instalações com necessidades de calor, conduzindo a uma efectiva redução dos valores pagos para a energia, ao mesmo tempo que conseguimos a redução da pegada ecológica.
Assinalamos a solução encontrada, para a Faculdade de Direito, foi a de um equipamento marca EC-Power, nodelo XRGI®20. Este fabricante tem soluções que começam nos CHP 6 kW, podendo chegar aos 80 kW, através de 4 unidades XRGI®20 interligadas.
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