O projeto DOMINOES decorre até março de 2021 com um orçamento de, aproximadamente, 4 milhões de euros
Projeto do ISEP coloca consumidores a vender energia
Investigadores criam modelo onde os produtores domésticos de energia passam a assumir um papel mais ativo.
Através da plataforma DOMINOES - rede de distribuição inteligente -, os consumidores que possuem unidades de micro geração poderão vender o seu excedente à comunidade local. Em breve vai ser possível vender luz ao vizinho.
Projeto está a ser desenvolvido pelo GECAD - Grupo de Investigação em Engenharia e Computação Inteligente para a Inovação e o Desenvolvimento) do ISEP, sendo financiado pelo Horizonte 2020, que integra cinco instituições de ensino e três empresas de Portugal, Espanha, Reino Unido e Finlândia.
O DOMINOES - Smart Distribution Grid: A Market Driven Approach for the Next Generation of Advanced Operation Models and Services tem como propósito o desenvolvimento de uma solução transparente para o mercado energético, que potencie o uso de energias renováveis e o reaproveitamento das redes locais de distribuição.
Trata-se de um modelo de comercialização onde os consumidores tradicionais de eletricidade passam a ter um papel ativo na transação de energia, passando a ser produtores em pequena escala e consumidores flexíveis, adaptando alguns hábitos de consumo em troca de incentivos financeiros. Poderão assim comprar e vender tanto eletricidade como flexibilidade de consumo num mercado aberto.
Estes mercados locais trazem benefícios também ao nível do sistema de energia, permitindo que a energia gerada seja consumida localmente, evitando deste modo as perdas inerentes ao transporte da energia em largas distâncias, e evitando investimentos avultados no reforço das redes de transmissão de energia.
O mercado local vem, portanto, complementar os mercados regionais e continentais já existentes, e em cuja reformulação o GECAD/ISEP tem estado envolvido através de outros projetos, como o TradeRES - New Markets Design & Models for 100% Renewable Power Systems, também financiado pela Comissão Europeia.
Os mecanismos de mercado propostos estão a ser validados de forma prática em três demonstradores reais: uma rede de distribuição, em Évora, operada pela EDP Distribuição – também participante neste projeto; uma micro-rede localizada no campus da Universidade de Lappeenranta, na Finlandia; e uma Virtual Power Plant, composta por várias filiais de bancos em Portugal. Com estes demonstradores é possível avaliar o impacto dos modelos de mercado propostos pelo projeto e verificar as implicações práticas do incentivo à flexibilidade do consumo de forma ajustada às variações da energia renovável.