Os responsáveis institucionais das regiões participantes, especialistas em biomassa e entidades parceiras e associadas do ‘Promobiomasse’ reuniram a 17 de setembro, em Navarra, Espanha, para participar no seminário final do projeto. Esta iniciativa transnacional que agora se conclui impulsionou a gestão florestal sustentável do ponto de vista ambiental e económico, visando a manutenção e melhoria do património florestal ao mesmo tempo que gera rendimentos à população local e previne o risco de incêndios.
O projeto, lançado em 2018, tem como objetivo impulsionar o mercado energético da biomassa florestal no sudoeste da Europa (SUDOE) através da cooperação transfronteiriça entre instituições da França, Espanha e Portugal.
No projeto participaram o Centro de Ciencia y Tecnología Forestal de Cataluña (CTFC), a sociedade pública do Governo da Navarra Navarra de Suelo y Vivienda, SA (NASUVINSA), a Agencia Extremeña de la Energía (AGENEX), a Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior (ENERAREA), do centro de Portugal, a Communauté de Communes du Plateau de Lannemezan (CCPL), do departamento francês de Hautes-Pyrénées, e a Association des Communes Forestières des Pyrénées Atlantiques (COFOR64), dos Pirenéus Atlânticos.
Para além das instituições parceiras referidas, participaram também outras 19 associadas. O orçamento total do projeto foi de 1,4 milhões de euros, tendo o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder) contribuído com um milhão.
Com o envolvimento de agentes do setor, o grupo de especialistas do projeto criou um modelo de gestão da oferta e da procura do mercado da biomassa aplicado ao conceito de “circuito curto”, semelhante ao que se utiliza para os produtos agroalimentares locais.
Deste modo, pretende-se resolver algumas das dificuldades que apresenta o mercado energético da biomassa, tais como o minifúndio da propriedade florestal, os métodos de extração pouco eficientes e o desconhecimento e a desconfiança por parte da população em geral.
O modelo apresenta 67 medidas que visam, entre outros objetivos, gerar informação atualizada e disponível sobre os recursos florestais existentes, facilitar a mobilização desses recursos, favorecer o associativismo, apoiar o setor florestal, fomentar a certificação da estilha e propor infraestruturas-modelo a partir do setor público e privado.
Partindo deste modelo integral, em cada região participante no projeto foram desenvolvidas ações-piloto difundidas neste seminário final, que serviram para testar e otimizar o modelo proposto. Assim, no território dos Pirenéus Atlânticos foi implementado um 'Clube de Utilizadores' de caldeiras de biomassa com agentes das autoridades locais e empresas que tem a seu cargo a gestão de caldeiras de biomassa, que permite a troca de experiências e o aumento das competências dos agentes/empresas responsáveis pela gestão dos equipamentos.
Na região dos Altos Pirenéus desenvolveu-se uma ferramenta digital de caraterização das massas florestais que facilita a mobilização dos recursos florestais de propriedade privada, assegura a seleção dos produtos florestais e facilita a sua gestão. A NASUVINSA criou o referido centro de recolha, transformação e fornecimento de biomassa florestal em Aoiz, que abastecerá as caldeiras de biomassa dos edifícios de habitação social da NASUVINSA e outras instalações futuras que possam vir a ser impulsionadas pelo setor público.
O Centro de Ciencia y Tecnología Forestal de Cataluña, por sua vez, impulsionou modelos e técnicas de extração sustentáveis com maquinaria inovadora melhorando as condições de trabalho na floresta, e desenvolveu um projeto de dinamização da gestão florestal conjunta para a prevenção de incêndios na Serra de Puig-Segalar (Girona).
O projeto enfrenta um desafio comum, mas cada contexto territorial é único e cada parceiro apoutou os seus desafios específicos tendo em conta o seu território. No caso do território abrangido pela ENERAREA pretende-se:
Recorde-se que a ENERAREA realizou um estudo para a criação de uma rede de centros de recolha e processamento da biomassa residual no centro de Portugal.
O objetivo dos Parques de Recolha e processamento de Biomassa Florestal Residual visa disponibilizar infraestruturas e equipamentos de processamento de biomassa que incentivem e promovam a remoção da carga combustível existente nos povoamentos florestais permitindo, a diminuição de concentração de material residual, rentabilização dos equipamentos industriais de pré tratamento, valorização da biomassa pela sua transformação num material mais homogéneo, fácil de manusear, transportar e consequentemente, diminuir o custo de transporte para distâncias superiores.
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