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Artigo exclusivo para a revista O Instalador

A casa e o Ambiente

Carmen Lima | Centro de Informação de Resíduos da Quercus12/10/2021
A pandemia de Covid-19 levou a que milhares de profissionais, de um momento para o outro, passassem a trabalhar em casa, em teletrabalho, por vezes limitados do conforto.
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O conforto é um termo que procura descrever um estado de satisfação do ser humano num determinado espaço ou lugar. Estar 'em conforto' representa o que o espaço proporciona em várias dimensões, que poderão ser boas condições psicológicas, higrotérmicas, acústicas, visuais, de qualidade do ar e ergonómicas para a realização de uma tarefa, seja de lazer, trabalho, descanso ou estudo.

Passamos, em média, 90% do nosso tempo em espaços interiores pelo que é importante que estes sejam construídos com qualidade construtiva e compostos por materiais que não afetem a saúde e o bem-estar dos seus ocupantes, por forma a garantir-lhes "conforto", não afetando igualmente o Ambiente. O que dita este "conforto" é a qualidade construtiva de um edifício, e sem dúvida, o tipo de materiais neles utilizados, assim como as soluções construtivas adotadas. Cada vez mais se assiste à utilização de materiais mais económicos na fase de construção sem atender ao ciclo de vida do próprio edifício e sem garantir a qualidade e o conforto destes espaços

Para melhor compreender este termo, de certa forma abstrato, determinaram-se, por exemplo, valores de temperatura para o conforto dos espaços, nomeadamente, valores mínimos para arrefecimento e valores máximos para o aquecimento, dependendo da altura do ano em que nos encontramos. Assim, temos estabelecido um valor médio de temperatura na ordem dos 19.Cº para o inverno e 21.Cº para o verão. Claro que muitos de nós não se identificam com estes valores, e possuem os seus "próprios valores de conforto", isso é perfeitamente normal, estes valores são meramente identificativos e servem para dimensionar as necessidades de climatização dos espaços, podendo mudar de pessoa para pessoa.

Viver, trabalhar e frequentar edifícios saudáveis é objetivo de cada um de nós, mas infelizmente nem sempre é assim. Este facto levou a que a Organização Mundial de Saúde (OMS) definisse a classificação de edifício 'doente' para o espaço que apresentasse um conjunto de doenças causadas pelo impacte provocado pelos espaços fechados, resultado de falhas no sistema de aquecimento/arrefecimento, no sistema de ventilação natural ou artificial ou mesmo dos sistemas de ar condicionado.

Por outro lado, existem ainda outras causas, atribuídas a contaminantes associados aos materiais de construção, como o caso do amianto, associados a tetos falsos, pavimentos, tubagens ou equipamentos (entre outros), compostos orgânicos voláteis (COV) liberados por materiais compensados, móveis ou tintas sintéticas que libertam hidrocarbonetos aromáticos e pela libertação de radão, um gás natural radioativo. São reconhecidos os efeitos carcinogénicos deste tipo de contaminantes, bem como outros sintomas que provocam efeitos graves na saúde a médio e longo prazo.

Para estarmos num espaço saudável, é fundamental sentirmos que este local nos transmite "conforto", ou seja, que as condições higrotérmicas (humidade), acústicas, visuais, de qualidade do ar e ergonómicas se manifestam em boas condições psicológicas e de saúde para os seus ocupantes, independentemente da tarefa que realizem dentro desta espaço. Para tal, para além de ser fundamental garantir estas boas condições de conforto, é necessário que o arejamento do edifício não promova a contaminação dos espaços interiores com poluição provocada pela má qualidade do ar, como por exemplo numa zona com muito tráfego automóvel, onde a emissão de contaminantes derivados do carbono e partículas podem reduzir a qualidade do ar interior por contaminação externa. Há cada vez mais cidades com alta taxa de poluição do ar. Aqui constam poluentes diversos e que representam risco ambiental para a saúde dos residentes e ocupantes, sendo responsável por mais de três milhões de mortes prematuras no mundo todos os anos.

Uma casa com conforto é uma casa saudável. Uma casa saudável potencia a saúde dos seus ocupantes e garante o seu bem-estar

Assim, para promover espaços mais saudáveis, sugerimos as seguintes boas práticas:

  • Garantir uma adequada ventilação e arejamento das casas;
  • Evitar o arejamento das casas localizadas junto de vias com elevado trafégo, nas horas de maior circulação de trânsito, dando preferência a outras horas do dia, logo pela manhã, por exemplo;
  • Promover a monitorização e manutenção dos equipamentos de ventilação, aquecimento ou arrefecimento existentes nas nossas casas, para assegurar a adequada qualidade do ar e a não propagação de contaminantes, como por exemplo bactérias, fungos ou toxinas que se desenvolvem nos sistemas de refrigeração dos equipamentos de ar condicionado (como é o caso da bactéria legionella);
  • Optar por mobiliário de limpeza fácil e boa higienização, por forma a reduzir o risco de alergias. No caso de existir alergénicos evitar o uso de tapetes, alcatifas, almofadas ou cortinados, materiais que normalmente são propícios a ácaros e pó;
  • Procurar a utilização de tecidos naturais como o algodão ou o linho, que não libertem componentes poluentes durante a sua utilização, para além de serem passíveis de reciclar após o seu fim de vida útil;
  • Dar preferência a sistemas de aquecimento e arrefecimento passíveis, bem como sistemas de ventilação natural. Uma casa orientada a sul é um privilégio;
  • Usar as vantagens do sol para os espaços interiores, promovendo este recurso como fonte de iluminação natural;
  • Não acumular muitos papéis e volumes nos espaços, que dificultam a sua limpeza e promovem a propagação de ácaros e outros alergénicos;
  • Escolher plantas adequadas para espaços interiores (solicitar ajuda a quando da sua aquisição, referindo que são para espaços fechados);
  • Evitar o uso de tintas de base sintética com solventes cuja constituição possui COV, dando preferência a tintas de base aquosa;
  • Isolar a casa de ruídos exteriores;
  • Melhorar o conforto térmico dos espaços, regulando-o para a temperatura de conforto;
  • Deverá evitar-se a incidência direta do ar ventilado ou das saídas de ar dos aparelhos de ar condicionado no rosto, para evitar a secura lacrimal, ou no corpo para evitar as corretes de ar;
  • A iluminação é fundamental para garantir um espaço saudável, para isso é importante que se opte por lâmpadas com difusores de luz. As paredes dos espaços devem apresentar tonalidades claras e mate para fomentar a dispersão da luz pelas casas.

Uma casa com conforto é uma casa saudável. Uma casa saudável potencia a saúde dos seus ocupantes e garante o seu bem-estar.

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