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Artigo exclusivo para a Revista O Instalador

Como soluções KNX/DALI respondem aos requisitos da nova legislação sobre eficiência energética em edifícios

Miguel Soares | Diretor Técnico da BEG Portugal e Presidente do Conselho Fiscal da Associação KNX Portugal20/12/2021
No ano passado, em dezembro de 2020, foi finalmente publicado o DL101-D/2020 que estabelece os requisitos aplicáveis a edifícios para a melhoria do seu desempenho energético e regula o Sistema de Certificação Energética de Edifícios, transpondo a Diretiva (UE) 2018/844 e parcialmente a Diretiva (UE) 2019/944. Regulamentado pelas portarias e despachos publicados no início de julho deste ano, data em que entrou em vigor.
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Destes despachos e portarias, os que mais dizem respeito aos sistemas de controlo e gestão de iluminação são a Portaria n.º 138-I/2021 que regulamenta os requisitos mínimos de desempenho energético relativos à envolvente dos edifícios e aos sistemas técnicos e a respetiva aplicação em função do tipo de utilização e específicas caraterísticas técnicas; e ainda o Manual do SCE que estabelece a metodologia de cálculo para efeitos da avaliação do desempenho energético dos edifícios (DEE) abrangidos pelo sistema de certificação energética dos edifícios (SCE).

As alterações são significativas e têm implicações positivas no que diz respeito ao mercado da iluminação e à eficiência energética dos edifícios. Os sistemas de controlo e gestão de iluminação passaram a ser obrigatórios em todos os novos edifícios e em todas as remodelações de instalações com áreas superiores a 25% dos pisos/áreas do edifício. As tabelas de DPI’s a aplicar acompanharam o desenvolvimento tecnológico da iluminação e os seus valores foram mais reduzidos, mas o mais importante é que passaram a ter uma definição clara em termos de estratégias de controlo de iluminação necessárias para cada espaço, como se pode observar na tabela 26 da Portaria n.º 138-I/2021. Esta tabela descreve para cada tipo de espaço as estratégias de controlo a adotar:

1) Regulação constante de luminosidade – implica obviamente que a iluminação seja regulável, pois pretende-se que a iluminação artificial seja regulada em função da contribuição da luz natural. O mercado disponibiliza cada vez mais luminárias com interface DALI a preços idênticos aos de soluções comutadas. O fato de terem interface DALI e serem reguladas em permanência, não só permite reduzir o consumo de energia como ainda prolonga o tempo de vida útil das luminárias, uma vez que estas trabalham a regimes mais baixos e com temperaturas mais reduzidas. Por outro lado, toda a eletrónica das luminárias fica menos sujeita aos picos de corrente resultantes das operações de comutação, prolongando o seu tempo de vida útil com benefícios claros nos custos de operação do edifício.

2) Deteção de presença/movimento – pretende-se assegurar que a iluminação só funciona quando é necessária, ou seja, na presença de pessoas. Aqui distinguem-se duas estratégias: a deteção de presença para locais onde as pessoas permanecem por longos períodos de tempo, e os detetores de movimento nos locais onde as pessoas estão apenas de passagem como por exemplo corredores, halls, instalações sanitárias e locais de arrumação ou espaços técnicos.

3) Comando manual – muito embora se pretenda sempre privilegiar o comando automático, sabe-se que há locais como gabinetes individuais, salas de reuniões, ou salas de formação que devido às suas especificidades de utilização necessitam que o utilizador possa sobrepor o comando manual ao automático para utilizações especificas. No entanto, é fundamental que o sistema possa retomar o funcionamento automático na próxima utilização do espaço sem que seja necessária a intervenção humana, pois só assim o sistema é eficaz e independente do 'esquecimento' humano.

4) Controlo horário – com a tecnologia de deteção de movimento/presença estas soluções já não deveriam ser necessárias, mas em locais de utilização intensiva como alguns ambientes hospitalares, museus e outros espaços recebendo público, por uma questão de otimização de custos não fazia sentido utilizar-se a deteção de movimento para controlar a iluminação, cabendo no entanto ao projetista avaliar qual a melhor solução a utilizar em função da taxa de ocupação prevista para o espaço, sabendo que sempre que esta for reduzida, mesmo em espaços como estes a opção pela deteção de movimento é sempre a mais aconselhável.

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A integração destes quatro processos, numa única solução bem como a flexibilização de soluções é muito simplificada pela utilização do KNX:

  • Em primeiro lugar pela oferta de produtos de deteção movimento/presença em KNX e a enorme oferta de botões e outro tipo de comandos que os mais de 500 fabricantes de KNX disponibilizam no mercado.
  • Não menos importante, a disponibilidade de gateways KNX/DALI que o mercado disponibiliza e tão importante hoje nos sistemas de iluminação. E neste campo há que destacar o desenvolvimento também do protocolo DALI-2, que permite hoje integrar também no bus DALI não só as luminárias mas também os próprios multisensores DALI como por exemplo a novíssima gateway KNX/DALI disponibilizada pela B.E.G.. Uma solução que permite não só reduzir o número de cabos no teto e consecutivamente os custos de instalação, mas que acima de tudo permite uma enorme flexibilização da instalação, um dos requisitos primordiais das infraestruturas dos edifícios comerciais.
  • Depois a simplicidade de integração das infraestruturas KNX nos sistemas SACE (Sistemas Automáticos de Controlo de Edifícios) e SGTC (Sistemas de Gestão Técnica Centralizada).

A nova legislação exige que os sistemas técnicos de gestão SACE/SGT sejam baseados em sistemas standard abertos, de forma a serem facilmente integráveis. O KNX tem como grande vantagem os 4 principais valores e princípios que fazem deste cada vez mais o protocolo de eleição na gestão dos edifícios:

1) ETS – uma ferramenta transversal a todos os fabricantes para o comissionamento das instalações utilizada por milhares de integradores certificados KNX partner;

2) Interoperabilidade entre mais de 8000 famílias de produtos, que correspondem a uma oferta de mais de 100.000 referência no mercado, fabricados por mais de 500 fabricantes que sujeitaram os seus equipamentos à certificação dos equipamentos junto da KNX por forma assegurar sempre a sua total compatibilidade.

3) Garantia de compatibilidade – confirmada pelos mais de 35 anos de presença no mercado, com total compatibilidade entre os primeiros equipamentos produzidos em EIB e os mais recentes e evoluídos equipamentos KNX do mercado. É por isso uma segurança de continuidade de serviço e de oferta de soluções á prova de futuro.

4) Certificação – um dos principais pilares do KNX, pois certifica os mais de 500 centros de formação em todo o mundo que formaram os mais de 100.000 integradores KNX partner certificados em mais de 170 países; bem como certifica os 17 laboratórios de testes que testam e certificam as mais de 8000 famílias de produtos disponibilizados pelos mais de 500 fabricantes em todo o mundo.

A portaria n.º 138-I/2021 especifica claramente a obrigatoriedade de adoção de SACE (Sistemas de Automatização e Controlo dos Edifícios) nos edifícios de comércio e serviços em função da potência nominal global do edifício conforme especificado na tabela 27.
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No entanto, há que chamar a atenção que mesmo os edifícios com potência inferiores a 100kW, no que respeita aos sistemas de controlo de iluminação têm que cumprir com os requisitos de controlo já especificados. E aqui os sistemas KNX continuam a ser a alternativa mais viável em especial se pretendermos a tão importante integração do sinal de presença de pessoas para o controlo dos sistemas de AVAC.
É ainda de salientar que a portaria n.º 138-I/2021, especifica que os sistemas de GTC devem cumprir com a classe de eficiência energética indicada na Tabela 28, determinada de acordo com a metodologia prevista na Norma EN 15232.
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Para que estes requisitos possam ser cumpridos, tem obrigatoriamente que haver integração entre os três sistemas técnicos: o sistema de iluminação, o sistema de AVAC e o sistema de sombreamento (controlo de estores e persianas). Esta integração é fundamental não só pela necessidade de registos de contagens de horas de funcionamento, consumos de energia e outros dados possíveis de registar e comparar pelos sistemas, mas também pela simplicidade de cruzamento de informação entre os diferentes sistemas, onde se destacam os estados de ocupação das salas para o controlo da climatização também em função da presença de pessoas, o comando automático dos sistemas de sombreamento em função da intensidade da luz solar mas também do azimute e altura do sol, entre outros.

A fácil integração dos diferentes sistemas em KNX, a facilidade de manutenção e a flexibilidade das instalações KNX, fazem deste um dos protocolos de excelência para dar resposta aos requisitos cada vez mais apertados em direção ao objetivo NZEB para 2050 estipulado pela União Europeia e o cumprimento dos objetivos de descarbonização para o planeta.

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