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Conceção cuidadosa de políticas pode impulsionar um enorme mercado de energia solar em telhados em todo o mundo

10/12/2021
Novo relatório da BloombergNEF e da Schneider Electric concluiu que o mercado de painéis solares de telhado ainda está em grande parte por explorar, tendo potencial para exceder os 2.000 gigawatts de energia solar e os 1.000 gigawatts-hora de armazenamento de energia até 2050.
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De acordo com um relatório conjunto da empresa de pesquisa BloombergNEF (BNEF) e da Schneider Electric, a produção de energia solar por parte do cliente constitui uma grande oportunidade ainda por explorar, que poderia fazer com que 167 milhões de casas e 23 milhões de empresas em todo o mundo implementassem a sua própria geração de energia limpa até 2050.

Estes desenvolvimentos poderão aportar grandes benefícios no que diz respeito à descarbonização, mas a conceção de políticas e tarifas será fundamental para a sua concretização.

O relatório ‘Realizing the Potential of Customer-Sited Solar’ conclui que a rápida queda dos custos da tecnologia solar já fez com que, em alguns mercados, se tenha tornado economicamente vantajoso que residências e empresas gerem a sua própria energia. Na Austrália, por exemplo, desde 2013 o retorno do investimento para as famílias que investem em energia solar tem vindo a demonstrar-se favorável, sendo já inferior a 10 anos. Como resultado, a sua adoção está em alta, tendo sido adicionados mais de 2.5 gigawatts de energia solar residencial só em 2020.
Estas instalações solares podem gerar rendimentos económicos para as respetivas casas e empresas, bem como benefícios mais amplos em termos de redução das emissões de carbono, redução de cargas de pico e oportunidades de emprego.
“A produção de energia solar junto do cliente é uma enorme oportunidade que muitas vezes é completamente ignorada. Graças aos custos em queda e às medidas políticas, já está a ser implementada rapidamente em alguns mercados, e é muito provável que aumente massivamente”, afirmou Vincent Petit, Head do Schneider Electric Sustainability Research Institute e SVP, Global Strategy Prospective & External Affairs da Schneider Electric. “Isto é vital para a descarbonização do setor da energia e oferece enormes benefícios adicionais aos consumidores. Está na hora de abraçar esta transformação”, vinca.

Impulsionar o mercado

A experiência mostra que a adoção de energia solar ocorre principalmente quando existe um interesse económico para as casas e empresas que investem na tecnologia, geralmente sob a forma de elevadas taxas internas de rentabilidade (TIR) ou períodos curtos de retorno do investimento. Nas regiões onde a economia ainda não alcançou estes pontos de viragem, os decisores políticos estão a introduzir incentivos específicos para criar condições de mercado favoráveis e acelerar a implementação.

Um exemplo é a França, onde os incentivos existentes permitem que a energia solar residencial proporcione taxas internas de rentabilidade de cerca de 18,5% (um retorno do investimento em cinco anos) e as instalações comerciais atinjam uma TIR de 10,4% (ou um retorno do investimento em nove anos). Isto estimulou um crescimento gradual no mercado, para cerca de 500 megawatts de instalações em 2020.

Uma consideração essencial na fase inicial de desenvolvimento do mercado é evitar uma rapidez de expansão insustentável. A conceção de políticas deve ter em conta o facto de que os custos da energia solar continuarão reduzir-se ao longo do tempo, e moderar o apoio para refletir estas dinâmicas em transformação.

Energia solar para casas e empresas de nova construção

O interesse económico em adicionar energia solar durante a construção de novos edifícios é particularmente forte; isto porque os chamados “custos intangíveis”, como os de marketing e vendas, bem como os de mão-de-obra e construção, podem ser reduzidos, enquanto os benefícios permanecem os mesmos. Na Califórnia, o interesse económico em adicionar energia solar residencial a casas existentes já é elevado, com uma TIR de 20%, mas este novo relatório estima que esse valor duplica, com uma TIR de 40%, quando a energia solar é adicionada no momento da construção. Em França, a TIR para a energia solar residencial pode ser aumentada para 28% se for adicionada durante a construção de um edifício novo.

Introduzir armazenamento de energia e flexibilidade

À medida que os mercados de energia solar se desenvolvem e amadurecem, os decisores políticos e os reguladores devem mudar gradualmente a sua ênfase, de forma a aumentar a flexibilidade e fomentar a adoção do armazenamento de energia. Isto porque níveis elevados de adoção de energia solar podem conduzir a um excesso de produção de energia durante o dia, podendo desestabilizar a rede elétrica. Nesta fase, a adição de armazenamento de energia torna-se valiosa, uma vez que permite que a eletricidade renovável seja armazenada para ser utilizada durante o horário noturno.

“A evolução da produção de energia solar junto do cliente consiste em acrescentar alguma forma de flexibilidade, permitindo uma penetração muito maior da energia solar”, declarou Yayoi Sekine, Head of Decentralized Energy da BNEF. “A forma mais óbvia de flexibilidade são as baterias, mas o armazenamento de energia surgirá sob diversas formas, incluindo a evolução da procura e a utilização de veículos elétricos”.

As ferramentas para fomentar o armazenamento de energia incluem tarifas de exportação ajustadas (os pagamentos oferecidos aos proprietários de energia solar quando exportam energia para a rede), tarifas horárias de eletricidade a retalho (que reflitam os custos de geração mais reduzidos da energia solar durante o dia), ativar pagamentos para o armazenamento para fornecer serviços de rede (por vezes denominados de pagamentos de agregação) e a implementação de taxas de potência (principalmente para clientes empresariais). Geralmente, estas alavancas destinam-se a fazer com que as tarifas reflitam melhor os custos de geração e de rede, mas também é provável que fomentem o armazenamento de energia.

Na Califórnia, por exemplo, a redução das tarifas de exportação para 35% das tarifas de retalho, embora prejudicando a economia da energia solar em geral, mudaria a ênfase para sistemas solares combinados com armazenamento, o que ainda geraria uma TIR de 13%. Para as instalações comerciais e industriais, a adição de pagamentos de agregação para baterias aumentaria a TIR para 22,8%, tornando a energia solar com armazenamento numa opção mais atrativa do que a produção de energia solar por si só.

O relatório investiga estes mecanismos de forma aprofundada e oferece análises de casos de utilização na Austrália, Califórnia (EUA), Espanha, França e Nova Jérsia (EUA) como exemplos de mercados em diferentes fases de maturidade. O relatório completo está disponível aqui.

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