Trata-se do primeiro relatório produzido pela aliança europeia Ready4H2 sobre a real capacidade das redes de distribuição de gás europeias de suportarem a construção de um mercado de hidrogénio resiliente, alinhado com as ambições recentemente anunciadas para o Fit-for-55.
O pacote Fit-for-55 é um conjunto de propostas destinadas a alinhar a legislação da UE em matéria de clima e energia pelo objetivo estabelecido pela UE de reduzir as emissões em pelo menos 55 % até 2030. A GGND (Galp Gás Natural Distribuição) participa nesta aliança com mais 90 distribuidoras de gás europeias de 16 países, reforçando o seu compromisso com a transição para uma economia mais verde e inclusiva.
“Constatámos, em termos económicos, que é quatro vezes mais barato transportar hidrogénio por gasoduto do que por camião, o que justifica um forte investimento nas redes locais de gás”, afirma Peter Kristensen, Presidente da Ready4H2.
Na sequência da recolha dos conhecimentos e experiência das Operadoras da Rede de Distribuição (ORD) a nível europeu sobre projetos e infraestruturas de hidrogénio e respetiva estratégia nacional, o estudo assinala também que, apesar do demonstrado potencial do hidrogénio, existem ainda uma série de barreiras tecnológicas, comerciais, públicas, regulamentares e organizacionais, que continuam a impedir a conversão das redes de gás para transporte de hidrogénio. Incluem-se, nomeadamente, as incertezas relacionadas com o preço e os volumes do mercado de hidrogénio, a falta de sensibilização do público para os benefícios da descarbonização por via deste vetor energético e de apoio às ORDs.
O relatório identificou ainda, como solução para os problemas acima referidos, a necessidade de um mandato operacional mais forte para as redes locais de gás a nível europeu e de maior flexibilidade operacional a nível nacional/local para agilizar a adaptação das soluções de hidrogénio.
Conclui-se, no estudo, que a realidade das transições energéticas locais tem de ser reconhecida pela futura legislação da UE, criando a possibilidade de as ORDs poderem operar redes de hidrogénio dedicadas, em vez de apenas promoverem a mistura de hidrogénio nas suas infraestruturas. Além disso, os Estados-Membros devem dar às ORDs um mandato para gerir a qualidade do gás nas suas redes individuais, permitindo assim soluções de descarbonização adequadas para os fornecedores e consumidores.
O projeto Ready4H2, lançado oficialmente no dia 20 de outubro 2021 e com duração prevista até março 2022, prevê ainda a conclusão e divulgação de outros dois estudos, um que analisará de que forma podem as ORDs contribuir para a cadeia de valor do hidrogénio e, por fim, um roteiro sobre a contribuição dos ORDs para a criação de uma infraestrutura de distribuição de hidrogénio da Europa.
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