Alenquer entre os municípios que menos recicla

Como refere a Alambi- Associação para o Estudo e Defesa do Ambiente do Concelho de Alenquer em comunicado, “as metas que o nosso país tem de alcançar foram transpostas para a legislação nacional pelo Plano Estratégico para os Recursos Sólidos Urbanos (PERSU 2020) e estabelecem que em 2020 a taxa de reciclagem devia ser de 50 por cento, mas ficou apenas nos 38 por cento”. Sendo que, esclarece, a taxa diz apenas respeito aos materiais considerados recicláveis. Se considerarmos o conjunto dos resíduos sólidos urbanos o valor cai para 19,8%.

Aliás, a análise da Alambi aponta para um retrocesso face aos valores dos dois últimos anos, “o que pode ser atribuído à pandemia”. A associação aproveita para apontar o dado preocupante referente a facto de Alenquer estar “entre os municípios que menos contribuem para que o país atinja as metas com que está comprometido”. Os números indicam mesmo que os valores da recolha seletiva em Alenquer sempre foram muito baixos, pautando-se sistematicamente no fim da tabela que trata os dados do conjunto dos 14 municípios que compõem o subsistema da ex-Resioeste (entretanto integrada na Valorsul).

A Alambi aponta o facto de que, em peso, a Valorsul devia ter atingido em 2020 os 51 Kg/habitante/ano de resíduos reciclados, e ficou nos 49 Kg, não tendo atingido a meta estabelecida. “O incumprimento deve-se sobretudo a baixas taxas de reciclagem em alguns municípios urbanos, como Vila Franca de Xira, Amadora e Loures/Odivelas que, por serem muito populosos, baixam os valores quando fazem média com municípios como Óbidos, Lourinhã ou Peniche que, apesar de terem conseguido melhores resultados, são muito menos populosos”, explica a associação, que acrescenta que “no geral o subsistema da ex-Resioeste foi melhor sucedido do que a Valorsul no seu conjunto”.

Em causa o facto de “muitos autarcas não terem compreendido ainda que promover a recolha seletiva não é um custo, mas um investimento”. Mesmo porque “apostar na reciclagem, para além de ser uma atitude racional que reduz a pegada ecológica de cada um de nós e promove a sustentabilidade ambiental, é também um modo de reduzir a conta do lixo”.

Já no que concerne à produção de resíduos a avaliação d Alambi é que esta está “completamente fora de controlo, com valores sempre crescentes e sem qualquer sinal de inversão da tendência”. Segundo a associação, e após análise dos números, a avaliação é de que “no município de Alenquer, apesar de também se produzir lixo urbano acima do valor estabelecido, ainda assim, o desvio está entre os menores, sobretudo se comparado com municípios turísticos como Peniche e Nazaré, ou o rural município do Cadaval que apresenta o maior desvio em percentagem”. Ou seja, Alenquer é, simultaneamente, o município que menos recicla e o que menos produz lixo.