Artigo publicado no dossier Mobilidade Elétrica, edição n.º 312 da Revista O Instalador
O que leva um português a comprar um carro elétrico? Que motivações teve? Como chegou ao momento da compra. Estas são apenas algumas questões colocadas a Tiago Leal, em jeito de desafio. Em 2019, decidiu adquirir um veículo elétrico. Três anos depois, quisemos saber que balanço traça dessa decisão, que entraves e desafios ainda há em Portugal nesta matéria (ao nível do consumidor) e de que forma isso mudou (e muito) a sua pegada ecológica. É tudo isto (e muito mais) que este utilizador partilha com os nossos leitores, neste dossier dedicado à mobilidade elétrica. E, de uma coisa não duvida: "os veículos elétricos não são o futuro, são o presente".
A compra de um carro tem normalmente uma carga emotiva enorme. O que me levou a optar por comprar um Tesla Model 3LR não foge a essa regra. Sem dúvida, tecnologicamente do mais evoluído que há, e com vantagens económicas e ambientais inegáveis. No mercado elétrico, a Tesla é a marca que se destaca, de longe, da concorrência, estando vários anos à frente por todo o investimento que já fez e continua a fazer, seja no desenvolvimento do veículo, do software, seja nas parcerias que faz no desenvolvimento das baterias e na gestão de consumos.
Posso assim afirmar que, desde dezembro de 2019 até hoje, quase três anos depois, a única coisa de que me arrependo com esta compra foi de não a ter feito mais cedo.
Do ponto de vista ambiental, podemos encarar em três vetores:
Na rede Supercharger, da Tesla, as velocidades de carregamento e os pontos estratégicos onde estão colocados, permitem viagens sem qualquer preocupação, com a capacidade de o carro ir gerindo a energia para chegar e dando uma previsão de % de carga com uma fiabilidade perto de 100%
Na rede Supercharger, da Tesla, as velocidades de carregamento e os pontos estratégicos onde estão colocados, permitem viagens sem qualquer preocupação, com a capacidade de o carro ir gerindo a energia para chegar e dando uma previsão de % de carga com uma fiabilidade perto de 100%.
O segundo mito é o da autonomia. Vemos, com frequência, esse argumento. “Não tem autonomia para 1000km”. E depois? Isso não impede de fazer road trips pela Europa, nem de ir trabalhar todos os dias, ou passear ao fim-de-semana. Para a grande maioria das utilizações, quem vai fazer esses percursos diariamente e sem paragens? São argumentos de quem está num modelo antigo e se recusa a entender que se evoluiu.
No meu entender, em Portugal, é fundamental que entidades como o Estado e a Mobi.E se entendam na atual gestão de rede de carregamentos, pois só dificultam a transição: a manutenção de postos de carregamento, muitas vezes, deficiente, é um aspeto; o outro incide no atraso na expansão da rede de super carregadores da Tesla, que em nada contribui para um pleno funcionamento.
oinstalador.com
O Instalador - Informação profissional do setor das instalações em Portugal