Na Europa, a ambição e o foco manteve-se elevado e em dezembro de 2019 é apresentado mais um documento exigente em matéria de sustentabilidade, com a apresentação do Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal), que define medidas quase estruturais para preparar as organizações e os cidadãos para um processo de transição sustentável, nomeadamente com a definição da meta da neutralidade climática até 2050 assente na renovação energética dos edifícios, públicos e privados, até 2020.
As sociedades modernas terão que considerar que as alterações climáticas são mais um dos desafios de gestão que deverá ser considerado na adaptação dos edifícios às alterações climáticas e as organizações aos princípios da sustentabilidade corporativa.
Os ODS – Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e as respetivas metas podem proporcionar às empresas um quadro de referência fundamental orientador, que permita avaliar inclusive o contributo de cada uma, quer através da sua atividade e dos seus negócios para as comunidades locais, regionais e nacionais, como para o quadro da sustentabilidade, este que se impõe que tenha benefícios a nível global.
No quadro das preocupações descritas na Introdução, e tendo em conta a interdependência entre os diversos pilares que se identificam, é fundamental que as Organizações (públicas e privadas) assumam definitivamente, no terreno, a urgência em passar à prática os objetivos e estratégias que, apoiadas nas tecnologias disponíveis, possam no seu conjunto, contribuir decisivamente para a redução das emissões, transformando os seus ativos relacionados com o Ambiente Construído, de forma convergente com os enormes desafios de Sustentabilidade que se colocam de forma incontornável.
Significa isto que devem ser avaliados aspetos tão diversos, mas complementares, tais como:
Naturalmente, a concretização equilibrada e exequível destas estratégias passa fundamentalmente pela vontade das Organizações, mas também pela capacidade das equipas projetistas e de gestão de obra, designadamente para os edifícios existentes (que vão ter que negociar o faseamento da sua convergência com os edifícios novos).
O pilar social
Mecanismos de avaliação e reporte de desempenho das organizações nas vertentes sociais e ambientais, para além das económicas, são práticas cada vez mais comuns e nalguns casos já começam a decidir os investimentos.
As estratégias corporativas do presente/futuro devem compreender estes desafios e procurar integrar os critérios ESG (governança ambiental, social e corporativa) e os ODS como forma de se assumirem como sustentáveis e consequentemente mais competitivas.
Isto é um facto interessante para pensarmos para onde irá o investimento no futuro. É já uma realidade que o custo financeiro das consequências das alterações climáticas, escassez de recursos essenciais, perda de território, etc. é elevadíssimo. Nesta COP27 este foi um dos assuntos que resultou no avanço da formação de um fundo para financiar danos climáticos sofridos por países mais vulneráveis, mas para além destes já fazemos muitos investimentos em adaptação, porque ela vai ser necessária. A economia vai ter de se ajustar de forma a evitar mais sobrecarga no planeta, sob pena de reduzir os impactos enormes na própria economia e na vida de tantas pessoas.
Em Portugal, segundo um relatório da Allianz Global Investors, cerca de 92% dos investidores está interessado em temas relacionados com a sustentabilidade e 87% refere que investiria em fundos com objetivos de desenvolvimento sustentável.
As áreas dentro da sustentabilidade que suscitam mais interesse para os investidores são: a água limpa (99%), a saúde (99%), a educação (98%), os salários justos (98%), a luta contra a corrupção (97%), os direitos humanos e sociais (97%) e o combate às alterações climáticas (97%).
As sociedades modernas terão que considerar que as alterações climáticas são mais um dos desafios de gestão que deverá ser considerado na adaptação dos edifícios às alterações climáticas e as organizações aos princípios da sustentabilidade corporativa
As questões da sustentabilidade são hoje decisivas e inevitáveis para os promotores que assumem a responsabilidade, o empenho e o compromisso neste domínio e querem estar em consonância com as diretivas europeias sobre este tema e, em termos gerais, com as recomendações do Acordo de Paris e dos debates da COP27.
Há uma relação, digamos, quase ténue e invisível aos olhos, que passa muitas vezes despercebida. A humanidade e a natureza estão completamente ligadas. Qualquer efeito provocado num deles terá consequência no outro e na relação existente - de degradação do meio natural ou, por outro lado, na saúde através do desenvolvimento de patologias, em muitos casos do foro oncológico. Este comportamento é já uma evidência comprovada, amplamente divulgada no meio científico e pelos canais de comunicação.
Quem não considerar no presente uma gestão fortemente marcada pela perspetiva da Sustentabilidade Ambiental, Social e de Gestão (Governance) estará, a curto e médio prazo, desatualizado face às tendências macro, bem como às exigências e critérios de qualidade e satisfação que os clientes cada vez mais irão exigir. Aqui a transparência em relação à sustentabilidade das atividades organizacionais é do interesse de todos, dos diferentes atores que se relacionam com a empresa desde o próprio mercado, os clientes, os fornecedores, os trabalhadores, e outros parceiros como organizações não-governamentais ou investidores.
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