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Revista O Instalador foi media partner

EFRIARC celebrou os 30 anos e debateu a produção térmica, eficiência e descarbonização

Ana Clara25/11/2022

O 23.º Seminário de Outono da Associação Portuguesa dos Engenheiros de Frio Industrial e Ar Condicionado (EFRIARC) decorreu a 24 de novembro, no Ramada Lisbon Hotel, em Lisboa. Em debate o tema da produção térmica, eficiência e descarbonização. Durante o evento, do qual a revista O Instalador foi media partner, foram celebrados os 30 anos da associação e tiveram lugar alguns momentos simbólicos, como a agraciação aos membros com 20 anos de associado.

Seminário de Outono teve lugar a 24 de novembro, em Lisboa
Seminário de Outono teve lugar a 24 de novembro, em Lisboa.
Luís Neto, Presidente da EFRIARC, na sessão de abertura, onde agradeceu ao todos os que tornaram possível mais um Seminário de Outono...
Luís Neto, Presidente da EFRIARC, na sessão de abertura, onde agradeceu ao todos os que tornaram possível mais um Seminário de Outono.

O Seminário contou com vários painéis de discussão. Sandro Pereira, da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), abordou o tema das ‘Estratégias para a descarbonização’ onde começou por dar nota da evolução do consumo total de energia primária em Portugal. Relembrou que o ano de 2020 foi fortemente influenciado pela pandemia de Covid-19, tendo o consumo energético sido também afetado. “O consumo total de energia primária, em 2020, foi cerca de 20.814 Ktep (-7,4% face a 2019). Dados provisórios relativos a 2021 revelam um valor de consumo de energia primária similar ao observado para 2020”, disse.

O contributo e a aposta nas renováveis e na eficiência energética tem permitido a Portugal baixar a sua dependência energética para níveis inferiores a 80%. Em 2021, a dependência energética terá diminuído para cerca de 67,1%. Todavia, o petróleo e os produtos de petróleo continuam a ser a principal fonte de energia primária, representando cerca de 41% do consumo total de energia primária.
Sandro Pereira referiu que a pandemia afetou também o consumo de energia final, o que se refletiu em 2020, numa diminuição do consumo no setor dos transportes, serviços e indústria. “Em 2021, o consumo energético desses setores subiu em relação ao ano anterior. Outro dado é que o petróleo e os produtos de petróleo, seguido da eletricidade, têm sido as principais fontes de energia no consumo final”, vincou.
Por setor, o responsável da DGEG afirmou que os transportes continuam a ser um dos principais consumidores de energia (34%), sendo o gasóleo o principal combustível consumido neste setor.

Entre outras medidas que estão a ser implementadas (como o PNEC 2030, a Estratégia Nacional para o Hidrogénio, a Estratégia de Longo Prazo de Renovação dos Edifícios, o ‘Fit for 55’ ou o ‘REPowerEU’), a política energética nacional pretende, entre outros objetivos: "descarbonizar a economia nacional, dar prioridade à eficiência energética, reforçar a aposta nas renováveis e reduzir a dependência energética do País, garantir a segurança do abastecimento e promover a mobilidade sustentável”.

Jaap Hogeling, especialista em energia e edifícios, abordou a temática da revisão da Diretiva Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD), o Green Deal e o pacote ‘Fit for 55’.

Hidrogénio e a descarbonização

Bruno Santos abordou a agenda da REN na estratégia de gases renováveis. Recordou que a REN “está a afastar o gás natural da equação atual”, sendo que para isso, “é preciso ter alternativas, que não são totalmente elétricas e, no dia-a-dia, temos que assegurar a penetração de gases renováveis a par de outras energias, com o objetivo de descarbonizar os sistemas energéticos, até porque se descarbonizarmos totalmente o setor elétrico, só vamos resolver 25% do problema”.

Bruno Santos fez uma comunicação sobre a agenda da REN na estratégia de gases renováveis
Bruno Santos fez uma comunicação sobre a agenda da REN na estratégia de gases renováveis.

O responsável salientou que, neste sentido, a REN está a trabalhar num plano pioneiro que visa a descarbonização das infraestruturas, para garantir o cumprimento das metas, nomeadamente, a incorporação de 10 a 15% em contexto de blending nas infraestruturas de gás natural, ou seja, a mistura de hidrogénio no gás natural. “Além disso, estamos também a desenvolver projetos com incrementação de 100% de hidrogénio”, acrescentou.

“Temos que atuar na produção de energia”, afirmou Bruno Santos que não tem dúvidas de que, em 2050, “não vamos ter o mundo completamente descarbonizado”, embora haja países a várias velocidades e num caminho claro de aposta nesse rumo.

“A eletricidade vai ocupar um papel cada vez mais preponderante no consumo final de energia, estamos a tentar eletrificar a economia, e o gás natural terá uma redução paulatina à medida que vai sendo descarbonizado por via de outras fontes, seja pela eletrificação do consumo, seja pela penetração de hidrogénio ou de outro tipo de gases renováveis”, sustentou. Todavia, numa perspetiva de negócio, “a maior taxa de crescimento anual nas próximas três décadas é a economia do hidrogénio. Sabemos que atualmente ainda tem um peso reduzido (mais focado na indústria e refinação) mas entrando na descarbonização em todos os setores, vai ter uma taxa de crescimento significativa, e há uma clara intenção já nas políticas públicas e da União Europeia para introduzir o hidrogénio verde na economia”.

Além disso, disse, o hidrogénio apresenta uma elevada flexibilidade não só para o sistema de gás, mas para o próprio sistema elétrico. Ou seja, “sendo um elemento químico, tem uma grande capacidade de integrar os setores, quer o sistema elétrico, quer o de gás, porque também permite armazenar energia sob a forma química, por exemplo, nas cavernas que Portugal detém na zona do Carriço (concelho de Pombal), e estamos a fazer estudos nesta matéria, sendo que podemos ter armazenamento sazonal de energia”.

Bruno Santos explicou que as infraestruturas permitem ganhos de escala. “A REN, na sua visão, acredita que os projetos de hidrogénio são tao mais competitivos quanto mais escalabilidade tiverem, até por questões técnicas da eletrólise, por isso, acreditamos que as infraestruturas podem servir de interligação entre aquilo que são os consumidores e os produtores”, sublinhou o responsável.

Bruno Santos relembrou ainda que Portugal tem condições únicas para a produção de eletricidade de origem renovável, com custos competitivos a uma escala global. “Tecnicamente, olhando para aquilo que é o potencial eólico offshore, onshore, a posição geográfica do nosso País, a costa que temos e a zona marítima exclusiva, somos dos poucos que tem condições para produzir energia, não só para descarbonizar a economia, mas com a possibilidade de exportar, fazendo com que se abram portas de negócio e competitividade”, afirmou.

“É muito importante levarmos a sério a questão do uso eficiente de energia”

Outro dos oradores no Seminário de Outono da EFRIARC foi João Joanaz de Melo, professor na Universidade Nova de Lisboa, que apresentou uma comunicação centrada nas ‘prioridades na descarbonização: eficiência, descentralização e juízo’.

“As medidas de eficiência energética são essenciais para alcançar as metas de descarbonização”, disse Joanaz de Melo...

“As medidas de eficiência energética são essenciais para alcançar as metas de descarbonização”, disse Joanaz de Melo.

Fez um percurso sucinto sobre o problema das alterações climáticas e as suas causas bem como as consequências que já todos sentimos há muito tempo e cuja tendência é para o agravamento. “A neutralidade carbónica em 2050 requer alteração do paradigma económico e do sistema energético”, disse, lembrando que “as políticas energéticas, tradicionalmente, estão focadas na gestão da oferta, havendo um progresso lento na intensidade energética, por falta de ambição, de meios e de eficácia na promoção da eficiência”.

Com sérios avisos deixados durante a sua intervenção no que toca aos comportamentos sociais no que à energia diz respeito, Joanaz de Melo deixou ainda algumas das principais medidas que considera prioritárias na área dos edifícios, indústria e serviços.

“É muito importante levarmos a sério a questão do uso eficiente de energia. As medidas de eficiência energética são essenciais para alcançar metas de descarbonização, poupando mais de 20% do consumo até 2030. É necessário um mínimo de investimento do Estado de 110 M€/ano, principalmente com benefícios fiscais, alavancando 2,5 vezes este valor em investimentos das famílias e empresas (fora infraestruturas de transportes). Tudo isto teria efeitos macroeconómicos muito positivos no PIB, no rendimento das famílias e na redução da dívida pública”, conclui.

Durante o evento teve ainda lugar a sessão de homenagem aos associados com 20 anos de ligação à EFRIARC e com o presidente da Associação a fazer um breve resumo da história da entidade. Durante o almoço do evento, foi igualmente assinalada a efeméride e sopradas as velas do aniversário, perante vários associados e muitos dos participantes no Seminário.

Exposição de empresas

O seminário contou com uma exposição paralela de empresas patrocinadoras que marcaram presença e onde divulgaram os seus produtos e serviços.

As empresas presentes foram: a Eurofred, a Carrier, Contimetra, a Sodeca, Daikin, Evac, a Samsung, Frostline, a Systemair, a Trane e a Metec.

A revista O Instalador foi media partner do evento e marcou presença com distribuição de revistas.
Revista O Instalador
Revista O Instalador.
Eurofred

Eurofred.

Carrier
Carrier.
Contimetra
Contimetra.
Sodeca
Sodeca.
Daikin
Daikin.
Evac
Evac.
Samsung
Samsung.
Frostline
Frostline.
Systemair
Systemair.
Trane
Trane.
Metec
Metec.
EFRIARC celebrou 30 anos em 2022. Efeméride foi assinalada no Seminário
EFRIARC celebrou 30 anos em 2022. Efeméride foi assinalada no Seminário.
Convívio durante o almoço do evento
Convívio durante o almoço do evento.
Almoço do 23.º Seminário de Outono da EFRIARC
Almoço do 23.º Seminário de Outono da EFRIARC.

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