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O setor em perspetiva para 2023 - Parte II

Nuno Roque, Secretário-Geral da APIRAC27/03/2023
Como adiantávamos na edição e janeiro, 2023 é o ano de todas as definições para o futuro do Setor e até da nova vida desejada para os edifícios. Muitas transformações são esperadas, ou não representasse a climatização 20% do consumo final de energia da Europa e os edifícios 36% das emissões de dióxido carbono (CO2).
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O Geen Deal (Pacto Ecológico Europeu) lançou uma nova estratégia de crescimento para a União que visa transformar a União Europeia (UE) numa sociedade mais justa e próspera, com uma economia moderna, eficiente em termos de recursos. Reafirma a ambição ambiental de fazer da Europa o primeiro continente neutro em termos climáticos até 2050, protegendo a saúde e o bem-estar dos cidadãos dos riscos e impactos relacionados com o ambiente.
As preocupações em torno dos Gases Fluorados enquadram-se no novo paradigma. As emissões de gases fluorados com efeito de estufa representam 2,5% do total das emissões de gases com efeito de estufa (GEE), na UE, mais muitas vezes mais impactantes que o CO2. Juntamente com o CO2, metano e óxido nitroso, pertencem ao grupo das emissões de GEE abrangidas pelo Acordo de Paris adotado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas. O relatório do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) concluiu que seriam necessárias reduções das emissões de gases fluorados com efeito de estufa de 90% até 2050 a nível mundial, em comparação com o ano 2015, razão por que a UE decidiu aumentar a meta para 2030 de pelo menos 40% de redução das emissões de gases com efeito de estufa para pelo menos 55%.
O Regulamento (UE) nº 517/2014 teve como especial missão inverter o aumento das emissões de gases fluorados com efeito de estufa. Conduziu já a uma redução de 47% em termos de toneladas equivalentes de CO2 entre 2015 e 2019. Houve também uma clara mudança para a utilização de alternativas com menor potencial de aquecimento global (PAG) incluindo alternativas naturais (por exemplo CO2 e hidrocarbonetos).
No entanto, por razões de redução do impacto indireto do funcionamento dos equipamentos de refrigeração, ar condicionado e bombas de calor sobre o clima, o consumo máximo de energia de tais equipamentos estabelecido nas medidas de execução relevantes adotadas ao abrigo da Diretiva 2009/125/CE deve continuar a ser considerado como razão para isentar tipos específicos de equipamento da proibição de utilização de gases fluorados com efeito de estufa.
À luz do conhecimento atual, não há justificação sólida para apoiar a alegação de que os critérios de custo-eficácia, viabilidade técnica, eficiência energética e fiabilidade seriam satisfeitos por soluções com Propano (R-290) em pequenos split com potência inferior a 7 kW. Estudos apontam para ganhos em eficiência energética sazonal entre 20% e 30% quando confrontamos equipamentos com R-32 (PAG 675) com equipamentos com R-290 (PAG 3).
Por outro lado, como estudos Ecodesign existentes já demonstraram, a fim de se obter equipamentos altamente eficientes, tanto para arrefecimento como para aquecimento, tal implica o aumento da quantidade de fluido frigorigéneo; uma diferença típica entre um modelo de eficiência com R-32 e um modelo R-290 de maior eficiência energética do mercado mostram que a diferença de carga de fluido pode ser superior a 160%, neste caso, com os riscos de inflamabilidade inerentes.
Uma vez que as condições de instalação variam muito em toda a Europa, não acreditamos que os sistemas e equipamentos possam mudar a médio prazo integralmente para o R-290 e muito menos no caso de instalações que requeiram maior capacidade. Acresce que, atualmente, a proporção de pessoal certificado para gases fluorados com formação em fluidos alternativos (de forma voluntária) não ultrapassa os 2%. em Portugal, 3% na Europa.
A este respeito, os Associados da APIRAC desempenham um papel importante na transição para soluções tecnológicas amigas do clima, tendo em conta que o impacto ambiental global dos sistemas de Refrigeração e Climatização deve ser considerado para além do PAG dos fluidos frigorigéneos, com particular ênfase na eficiência energética e circularidade dos materiais aplicados. Assegurar que o equipamento que trabalha com fluidos frigorigéneos alternativos seja manuseado apenas por empresas de competência certificada é de importância crucial para evitar riscos de segurança e equipamentos ineficientes em termos energéticos. Neste contexto, regras claras sobre recuperação e reciclagem de fluidos frigorigéneos são da maior importância, bem como a correta instalação dos equipamentos por empresas certificadas, o que exige informação e monitorização por parte dos Estados Membros, incluindo Portugal (ver texto APIRAC na Secção Associações desta edição).
A transição para a neutralidade climática até 2050 passa por um “equilíbrio cuidadoso” entre a redução das emissões de HFC e a redução das emissões através da instalação de mais bombas de calor.
Até ao final do primeiro semestre são esperadas publicações de diversos diplomas que marcarão o futuro dos edifícios, mas sobretudo das empresas e profissionais do Setor na União Europeia e obviamente em Portugal também. A reformulação da EPBD, a revisão da das Diretivas de Fontes de Energia Renováveis e de Eficiência Energética, a par da revisão do Regulamento dos Gases Fluorados são definidoras dos caminhos a trilhar e do calendário a respeitar. Na APIRAC estamos absolutamente focados nestas transformações e plenamente empenhados em contribuir para um Setor cada vez mais forte e implícito no desenvolvimento do País.

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