A cerimónia contou com a presença do primeiro-ministro António Costa que, no discurso de encerramento, afirmou a necessidade de Portugal prosseguir uma estratégia clara e persistente de aposta no desenvolvimento do hidrogénio verde, que pode dar liberdade energética ao país e colocá-lo como exportador de gases renováveis.
“Se queremos ter um futuro mais sustentável do ponto de vista ambiental, mais próspero do ponto de vista económico e mais livre do ponto de vista político, então temos mesmo de prosseguir essa aposta nas energias renováveis”, afirmou o governante, que acrescentou que “é importante que nós sonhemos e façamos mesmo a obra. Pode não ser num ano ou em dois. Mas temos de ter uma estratégia clara e a persistência para a prosseguir, porque o racional é muito claro: temos uma das melhores estruturas, uma das mais modernas infraestruturas e uma das melhores coberturas na infraestrutura de distribuição na rede de gás natural”.
O primeiro-ministro referiu ainda a necessidade de maior independência, referindo-se ao investimento na produção de hidrogénio verde e apontou a ameaça que resultou da agressão militar russa à Ucrânia, afirmando que “há uma vantagem que é evidente para todos desde o dia 24 de fevereiro de 2022: ninguém pode estar totalmente dependente de um fornecedor ou de fornecedores externos para a energia que se necessita. Autonomia energética significa liberdade”.
É por isso que “quando Portugal investe nas energias renováveis, na sua autonomia energética, está também a reforçar a sua própria liberdade”, afirmou António Costa, acrescentando que um dos maiores pesos na despesa nacional ao nível da balança de transações resulta da importação de energia, pelo que “temos aqui uma oportunidade de reduzir as importações, de substituí-las e, no futuro, de exportar aquilo que nós próprios podemos produzir. Cada 5% de hidrogénio que é injetado na rede é menos 5% de gás natural que importamos”.
Já Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Ação Climática, afirmou a sua convicção de que em 2026 “Portugal irá exportar pela primeira vez produtos derivados do hidrogénio». «Até ao final deste mandato, havemos de exportar alguma coisa para mostrar que realmente é por aqui que reside uma grande oportunidade em termos de futuro para o País”.
O ministro referiu ainda que “se o preço da energia não é, neste momento, o primeiro tópico da conversa atual, então é porque o que fomos capazes de produzir em termos de energias renováveis, assim como a proteção que conseguimos conferir aos consumidores e à indústria, permitiram hoje demonstrar que o País tem a este nível resultados para apresentar”.
O hidrogénio foi injetado pela empresa Floene, de capitais alemão e japonês, que tem nove operadoras regionais de distribuição de gás em Portugal.
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