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O potencial da Construção no combate às Alterações Climáticas

Carolina Costa – Responsável pela iniciativa CLASSE+ e Técnica especialista na área Economia Circular da ADENE – Agência para a Energia31/03/2023
Atualmente um dos temas mais relevantes da agenda mediática é o combate às Alterações Climáticas, cuja solução passa por baixar o teor de carbono na nossa economia. Mas como é que podemos alcançar esta meta, sabendo que a energia é o motor do crescimento económico? Podem setores como o da Construção estar na linha da frente no combate às Alterações Climáticas?
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A União Europeia (UE) é o terceiro maior emissor de Gases de Efeito de Estufa (GEE), depois da China e dos Estados Unidos, no entanto as emissões da UE diminuíram 31% em 2020, quando comparado com o ano de 1990, atingindo assim o nível mais baixo em 30 anos, e excedendo o objetivo no âmbito do Protocolo de Quioto de reduzir as emissões em 20% até 2020. Em Portugal houve um decréscimo de 14,9% em relação a 1990 e a uma redução de 8,9% face a 2019. A ADENE enquanto agente mobilizador para a transição energética, contribui para estes decréscimos com a promoção da literacia energética, com a monitorização do estado atual e do potencial de melhoria dos edifícios e ainda com o desenvolvimento de instrumentos e iniciativas pioneiras para promover a eficiência e concretizar as políticas nacionais e europeias em matéria de alterações climáticas.

Os esforços para mudarmos o paradigma atual são evidentes, mas é necessário continuar a reinventar os setores que exercem maior impacto na economia. A Construção não é exceção, sobretudo devido à enorme pegada de carbono associada. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) a implementação de medidas neste setor deve focar-se na otimização de consumo de materiais, diminuição do desperdício, redução, reutilização e reciclagem de produtos, processos de produção inovadores, consumo eficiente de energia e água, e ainda a capacidade de captura e armazenamento de carbono. Recentemente, foi apresentado pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática, o Fundo Ambiental e o BUILT CoLAB, o Plano de Ação para a Circularidade na Construção (PACCO), que apresenta as principais linhas de ação que vão ao encontro do proposto pelo IPCC e tornam o setor mais circular e inovador.
No caso particular dos edifícios, que são uma das áreas de consumo mais recurso-intensivas, é crucial uma visão holística da construção civil: desde a fase de extração de recursos até ao fim de vida do edifício. Com uma previsão de aumento de 13 mil imóveis por dia para dar resposta ao crescimento populacional, é essencial que o projeto de construção aproveite os recursos ambientais existentes, reduzindo o consumo de energia e minimizando os custos, sem comprometer a qualidade, conforto e saúde dos ocupantes. Nesta fase de projeto é crucial que os profissionais tenham em conta as condições bioclimáticas, de maneira a maximizar necessidades como a ventilação, climatização e iluminação, promovendo edifícios que tenham uma utilização com elevada eficiência energética.

Os sistemas de avaliação e certificação de sustentabilidade, como é o caso da Certificação LEED com a Academia ADENE a formar profissionais neste âmbito, aplicados às edificações no projeto, na construção, na utilização, e na manutenção e demolição, permitem estabelecer padrões de exigência de técnicas e soluções que mitigam o impacto causado pelos edifícios. A escolha dos materiais adequados torna-se um passo importante para garantir a sustentabilidade dos edifícios, em particular as soluções da envolvente, cujo potencial na diminuição da pegada de carbono dos imóveis pode ser muito significativa. No caso das janelas, através da etiqueta CLASSE+, da ADENE, é possível distinguir uma janela eficiente, numa escala de F a A+, e perceber de forma clara as características do vidro e caixilho que constituem a solução, permitindo reduzir as trocas térmicas associadas a este elemento até 50%. Na presença de um isolamento térmico eficiente, é possível poupar energia para climatização das habitações entre os 30% e 50% face aos requisitos das necessidades nominais, enquanto melhora a impermeabilidade das paredes. O sobreaquecimento consegue ser evitado com a aplicação de películas de controlo solar, que pode levar à redução do consumo de energia para arrefecimento em cerca de 50% quando aplicadas num vidro duplo.

A Europa está num ponto de viragem, com a nova EPBD a estabelecer objetivos ambiciosos, que passam por adotar o conceito dos edifícios ZEB (Zero Emissions Building), que muda o foco da energia para a descarbonização, começando por aplicar esse padrão à construção de novos edifícios, mas progredindo depois para a reabilitação. O setor deve estar preparado, com a aposta na melhoria dos seus processos produtivos e investindo em novas soluções de baixo carbono e recursos, que deem resposta às exigências previstas e, acima de tudo, que sirvam de referência no combate às Alterações Climáticas.

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